A escolha de Dourados como uma das 83 no Brasil como "Cidade Celebração", a única do interior de Mato Grosso do Sul, e entre as cinco a receber uma comitiva de jornalistas no Press Trip - Destinos do Revezamento da Tocha Olímpica 2016 - tem suas peculiaridades. Quando se relaciona a história da cultura local e turismo, podemos reforçar as diversidades douradenses, como a indígena.
O município é conhecido como um lugar de fronteira, historicamente, o local de encontro de diferentes identidades, "de todos os povos". Ao tratar dos Jogos do Rio, há um complexo para o uso comum e integrado das reservas Jaguapirú e Bororó que se destaca pelo alcance social, a Vila Olímpica - única praça de esportes do gênero em todo o país.
O grupo Brô MC's, o primeiro de rap indígena nacional, mostrou por meio de suas rimas o significado daquela obra logo no evento de inauguração: "a aldeia unida mostra a cara". Quem muito se empenhou para que a ação fosse implantada foi o professor de Educação Física, Laucídio Ribeiro Flores, que também foi diretor da escola municipal "Pai Chiquito", na reserva do Panambizinho. Ele era atleta reconhecido, especialista em arremessos de lança e dardo, além de ter carregado a tocha do pan-americano do Rio de Janeiro, em 2007. Infelizmente, o indígena faleceu em 2015, mas inspirou outros jovens a seguirem seus passos.
É o caso do irmão mais novo, Rocleiton Ribeiro Flores, mais conhecido como Rocky. Ele tem 21 anos, mora na Jaguapirú e além de se destacar no atletismo nas mesmas especialidades que Laucídio, também carrega uma beleza nativa admirada, onde já até mesmo foi eleito como "mister". Indicado para conduzir a Tocha Olímpica, o atleta afirma que é uma honra representar seu povo. "Um momento de orgulho e satisfação", declara.
Flores está no terceiro ano da faculdade de enfermagem, trabalha como estagiário no posto de saúde da reserva e mesmo assim participa de competições em vários estados. Com muito incentivo após a perda do irmão, ele conquistou medalha de prata em arremesso de lança nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, realizado em Palmas, no Tocantins no ano passado.
Devido a essa conquista, Rocleiton já fez uma preparação. Ele foi escolhido para transportar o fogo simbólico que acendeu a "grande pira olímpica" da instituição durante a abertura da Oligran (Olimpíadas da Unigran). A mensagem que Rocleiton passa para os jovens é a de "nunca desistir dos sonhos".
Para ele, a reserva evolui muito nessa questão, com pessoas capacitadas, mais dispostas para o estudo, ao trabalho e a crescer na vida, sem perder as origens. "A raiz tem que ser preservada, não importa se mora na aldeia ou não, nunca vamos perder nosso ser. A nossa cultura é algo que jamais devemos deixar lado. Nesse momento vou carregar estampada em meu peito", finaliza.
Para o prefeito Murilo, um momento histórico para indígenas e não-indígenas. Dourados, segundo ele, está preparada para receber milhares de turistas, curiosos também com o destino étnico cultural das reservas. A chama estará no município no dia 26 de junho, percorrendo 15 quilômetros até chegar para a celebração na praça Antônio João. As atividades nesse local serão realizadas a partir das 16h.
http://www.agorams.com.br/jornal/2016/05/atleta-promove-cultura-indigena-como-condutor-da-tocha-em-dourados/
PIB:Mato Grosso do Sul
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