A Gazeta (Cuiabá - MT) - 05/03/2000
O ensino voltado às comunidades indígenas permanece sendo feito através dos moldes ocidentais. Dentro deste contexto, destaca-se o papel do ensino religioso, pois grande parte da educação escolar direcionada a essas populações é feita por seus representantes. Uma das novidades, nesse sentido, é a possibilidade de índios concluírem cursos superiores em diversas áreas do conhecimento. Além disso, futuros professores índios também poderão aprender na Universidade do Estado de Mato Grosso a ensinar o resgate de sua cultura.
A presidente do Conselho de Educação Escolar Indígena do Estado de Mato Grosso, a índia paresí Francisca Novantino Ângelo, criticou a atuação invasiva de religiosos não indígenas nas aldeias. A presidente afirmou ocorrer uma recusa da própria cultura em decorrência desses fatos, o que pode, segundo ela, levar a um aumento do alcoolismo nas comunidades.
Percorrendo o caminho inverso, o índio terena, também pastor e coordenador da ONG Grupo de Trabalho Missionário Evangélico, Lúcio Flores, após ter abandonado a religiosidade nativa em detrimento do cristianismo, passou a se interessar novamente pela religião e cultura de seu povo.
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