Continuam internados os seis índios feridos por tiros durante confronto na terça-feira (14), na fazenda Ivu, em Caarapó, a 264 quilômetros de Campo Grande. Cinco ainda estão no Hospital da Vida, em Dourados, e uma indígena baleada de raspão está na unidade de saúde do município onde houve o conflito.
Dos cinco que estão em Dourados, três passaram por cirurgia. Um dos três teve uma piora no estado de saúde nessa quinta-feira e precisou passar por drenagem no tórax, segundo o hospital. Ele está bem e no quarto.
A alimentação dele e dos outros dois que também tinham passado por cirurgia está liberada. Eles estavam com a dieta restrita devido ao procedimento cirúrgico. Todos estão bem, porém, não há previsão de alta.
O agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, morreu baleado no confronto. Três policiais que foram à fazenda junto com o Corpo de Bombeiros para fazer o socorro ficaram reféns dos índios, foram feridos e tiveram armas e coletes balísticos tomados.
A Polícia Federal (PF) investiga o confronto. Vídeos feitos pelos indígenas vão ajudar na investigação que tem por objetivo identificar os envolvidos.
Segurança
Por conta do clima de tensão na região, o governo do estado pediu ao Ministério da Justiça a Força Nacional de Segurança Pública. Os policiais começaram a atuar em Caarapó nessa quinta-feira.
Um dos bloqueios da Força Nacional é em uma fazenda vizinha à Ivu, que foi ocupada pelos índios na quarta-feira (15). O maquinário dessa propriedade rural foi retirado após negociação do Ministério Público Federal (MPF) com os indígenas.
De acordo com os produtores rurais, são 16 propriedades ocupadas. O MPF não confirma o número.
Além do MPF, a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, da Câmara dos Deputados, e a Comissão de Assuntos Indígenas, Comissão de Assuntos Agrários e a Comissão de Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul, também estiveram no local para acompanhar a situação.
Nessa quinta-feira foi velado e enterrado o corpo de Claudione. Ele foi enterrado no mesmo local do conflito porque, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), a área está na Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá. Conforme o órgão, ela é tradicionalmente ocupada e está em estudo para regularização fundiária.
Mortes
Em agosto de 2015, cerca de 80 indígenas ocuparam cinco fazendas vizinhas à aldeia em Antônio João (MS). Durante retomada feita por fazendeiros, os dois grupos entraram em confronto e um indígena foi encontrado morto perto de um córrego, dentro de uma das fazendas.
Em maio de 2013, confronto entre indígenas e policiais durante a reintegração de posse de uma fazenda ocupada em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, deixou um índio morto e vários outros feridos.
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2016/06/indios-baleados-seguem-internados-e-tres-tem-alimentacao-liberada-em-ms.html
PIB:Mato Grosso do Sul
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