Os tuxauas foram liberados da Cadeia Pública na tarde de ontem
Depois de 38 dias na Cadeia Pública de Boa Vista, os tuxauas Fernando Salomão Silva (Taxí II) e Genival Costa da Silva (Contão e vereador de Pacaraima) foram liberados ao final da tarde de ontem depois do habeas corpus deferido na manhã de ontem pelo desembargador da 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, Cândido Ribeiro.
Genival Silva e Fernando Salomão são acusados de participação no incêndio da Missão Surumu (Raposa/Serra do Sol), em 22 de setembro, e do seqüestro de quatro policiais federais durante a Operação Upatakon. Os mandados de prisão foram cumpridos no Surumu no dia 27 de setembro.
No primeiro momento, o advogado da Alidcir (Aliança para o Desenvolvimento das Comunidades Indígenas de Roraima), Luiz Waldemar Albrecht, tentou um pedido de relaxamento de prisão, que fora negado pela Justiça Federal em Roraima. A partir daí, foi solicitado o habeas corpus em Brasília.
De Brasília, Albrecht disse à Folha que os tuxauas ainda não foram denunciados pelo suposto crime, mas que estavam presos preventivamente em função de uma medida cautelar do Ministério Público Federal. "Eles são suspeitos da prática de destruição da Missão Surumu. A prova é fraca. Toda ela é constituída por testemunhas ligadas ao Conselho Indígena de Roraima", disse, ao afirmar que o processo passará a correr após a denúncia oferecida.
No momento da liberação, familiares e amigos mais próximos dos tuxauas aguardavam ansiosos a saída dos líderes indígenas. O alvará de soltura foi assinado pelo juiz federal substituto da 1ª Vara, Rodrigo Pinheiro do Nascimento.
Emocionados, os tuxauas afirmaram que são inocentes das acusações. "Vamos entrar na Justiça contra essas pessoas que nos acusaram e nos levaram para cadeia", disse o tuxaua Genival, ao informar que entrará com ação por danos morais pelo tempo que passou preso inocentemente. "Os culpados devem estar detrás das grades", disse.
Conforme ele, até o momento nenhuma das testemunhas de defesa da sua parte foram ouvidas. Ele volta de imediato às atividades da Câmara Municipal de Pacaraima e à Comunidade do Contão.
Tuxaua Fernando também é certo de que é inocente e que irá recorrer à Justiça para obter indenização contra danos morais. "Não somos culpados do que estão nos acusando. Fomos para cadeia inocentemente e tivemos que ficar durante 38 dias sem poder produzir provas em nosso favor", declarou. (L.F.)(
PIB:Roraima/Lavrado
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