Polícia Federal garante que é imparcial na atuação de conflitos indígenas

Correio do Estado- http://www.correiodoestado.com.br - 20/10/2016
A Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) no Estado divulgou nota hoje afirmando que a instituição atua de forma imparcial nos conflitos agrários envolvendo índios. No mesmo documento, foi informado que o Ministério Público Federal (MPF) não levou em consideração provas materiais e se embasou em suposições para dar posicionamento sobre a morte de Oziel Gabriel, 35 anos, que morreu em confronto ocorrido em 2013.

Oziel era indígena e participava de invasão da Fazenda Buriti, que pertence ao político Ricardo Bacha e fica no município de Sidrolândia. Ele foi morto durante cumprimento de reintegração de posse, depois de ser atingido por tiro.

Ontem (19), o MPF divulgou que o tiro que matou Oziel foi disparado da arma de um policial federal. Por isso, pediu a condenação por improbidade administrativa da delegada da PF Juliana Resende Silva de Lima, que conduziu sindicância interna para apurar a ocorrência. Quem comandou a operação de reintegração foi o delegado Eduardo Jaworski Silva, que era marido de Juliana e morreu cerca de um ano depois.

Apesar do posicionamento, o inquérito acabou arquivado pelo MPF porque não foi possível identificar o autor do tiro. O Ministério Público indicou que descobriu apenas a origem da munição: uma pistola 9 mm da marca CBC, de uso exclusivo da Polícia Federal.

A Superintendência da PF sustentou que os laudos de exame necroscópico, realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) e no Instituto Nacional de Criminalística, não confirmaram o projétil como sendo da pistola 9 mm da CBC.

"Em ambos os exames, peritos demonstraram não ter sido encontrado qualquer objeto metálico no cadáver da vítima e, ainda, que o ferimento de entrada no corpo poderia ser de um revólver ou pistola de qualquer calibre. Deve ser ressaltado que o primeiro exame pericial, que não localizou qualquer munição, foi realizado pelo Instituto de Perícias do Estado do MS, um órgão independente que não participou do cumprimento da ordem judicial e, portanto, com uma visão isenta dos fatos", informou nota.


Sem solução


A Polícia Federal do Estado alegou que não conseguiu identificar suspeito de matar Oziel depois de realizar investigação criminal e administrativa.

O boletim ainda informou que no confronto os índios estariam com armas de fogo e não apenas paus e pedras.

"Importante frisar ter existido, inclusive, uma promessa das lideranças indígenas de desocupar espontaneamente a Fazenda Buriti, sendo que, após isto, terceiros insuflaram os ocupantes a resistir às forças policiais", apontou a nota da PF.

Por fim, segundo a superintendência, no dia do conflito ainda houve a apreensão de computador portátil que continha táticas de guerrilha e explicações sobre confecção de explosivos e artefatos bélicos de forma artesanal. Esse equipamento pertenceria a uma pessoa vinculada a uma ong. Não foram divulgados nomes.



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PIB:Mato Grosso do Sul

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