Cerca de 100 indígenas participaram da aula inaugural do Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência (Proerd) na Aldeia Deolinda, situada na zona rural de Guajará-Mirim (RO), a 330 quilômetros de Porto Velho, na última quinta-feira (20). O local é a primeira comunidade indígena do estado a receber a iniciativa, através de um projeto piloto da Polícia Militar (PM).
O Proerd foi idealizado pela PM em 1992 e atualmente é desenvolvido em todas as capitais do país e várias cidades do interior, mas nunca havia sido implantado em uma aldeia indígena de Rondônia. No estado, o projeto está em atividade há 15 anos, com o objetivo de orientar crianças, adolescentes, jovens e pais sobre os riscos das drogas, álcool e violência, além de mostrar os valores éticos e da vida do cidadão.
Com 162 habitantes, a comunidade indígena está localizada às margens do Rio Mamoré, a cerca de 60 quilômetros de Guajará-Mirim. Para chegar ao local, o trajeto é feito de barco e está a aproximadamente uma hora e meia de viagem.
Primeira aula
O projeto foi apresentado na aldeia, no último dia 4, e foi aceito pelos índios. A aula inaugural foi realizada na Escola Estadual Indígena Pedro Azzi. Participaram da atividade aproximadamente 100 índios, da idade entre 4 e 85 anos, das etnias Canoé, Macurap, Wajuru, Oro Nao, Oro Eo, Jaboti, Tupari e Surui.
A comitiva que realizou a aula inaugural foi composta por dois instrutores da PM, um assistente técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai), o comandante do 6o Batalhão de Polícia Militar (6o BPM), além de uma psicóloga e uma assistente social da Casa de Saúde Indígena (Casai).
Os participantes foram divididos em quatro categorias diferentes, conforme o currículo de cada faixa etária. As quatro grades curriculares são o 'Proerd Infantil', 'Proerd 5o Ano', 'Proerd 7o Ano' e 'Proerd Pais'.
A programação iniciou por volta das 10h.Os estudantes receberam uniformes, bonés e cartilhas. Após a distribuição do material didático e camisetas, eles tiveram a primeira experiência com os instrutores em sala de aula. Os professores passaram informações básicas sobre o objetivo do curso e encerraram com um filme, que abordou o tema "Como Dizer Não Ao Vício".
Em entrevista ao G1, o cacique da aldeia, Genivaldo Macurap, comentou que o programa foi bem aceito e vai se tornar uma atração na aldeia. "Nossos filhos são o futuro do nosso povo e, por isso, precisamos de apoio para não permitir que eles andem pelos maus caminhos. Todos gostaram e estão contentes com isso, esperamos ansiosos pelas aulas. Entramos para a história, pois somos os pioneiros, os primeiros a receber o Proerd no estado", disse o líder da comunidade.
Expansão
O assistente técnico da Funai, João Soares, disse que a implantação do projeto foi importante para abrir as portas para que outras aldeias sejam beneficiadas com a ação. "Foi um grande avanço para o povo indígena. Esse novo fator vai mudar a vida deles e conscientizar do que pode e o que não pode fazer", declarou o servidor.
Segundo o tenente coronel e comandante do 6o BPM, Lauri Guillande, o projeto piloto deve ser expandido em 2017 para outras aldeias. "O sentimento é de gratidão por ter tido o prazer de trazer o Proerd até aqui. A expectativa é que possamos concluir esse curso com sucesso e levar para as demais comunidades da região", declarou Guillande.
De acordo com a PM, a previsão é que o programa seja encerrado no mês de dezembro. As aulas serão realizadas todas às quintas-feiras, às 9h, com uma hora de duração. Ao final do curso, os formandos irão participar de uma formatura na aldeia, onde ganharão os certificados de conclusão e assumirão também o compromisso simbólico de não consumir drogas e bebidas alcoólicas.
http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2016/10/aldeia-indigena-e-1-de-ro-receber-programa-de-combate-drogas.html
PIB:Rondônia
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