Mãe de engenheiro refém em aldeia indígena pede agilidade de órgãos

G1- http://g1.globo.com - 21/10/2016
Familiares de operários reféns na aldeia indígena Teles Pires, no município de Jacareacanga, divisa com o estado do Mato Grosso, estão preocupados com a demora dos órgãos para resolver o impasse. Os indígenas alegam atraso no pagamento dos trabalhadores da construção do posto de saúde da aldeia e cobram a presença da empresa responsável pela obra e de representantes do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) para libertá-los.

Em Santarém, a mãe do engenheiro Heriberto Rodrigues, que está entre os reféns se preocupa com o estado do filho. "Embora eles dizem que estão bem, que não estão sendo maltratados, me preocupo com a questão dele não poder sair e retornar, além dele já ter sido tratado com síndrome do pânico. Tem horas que ao falar com ele parece que está calmo, mas tem horas que ele manda mensagem dizendo que está agoniado e pede para que seja feito alguma coisa", ressalta.

A preocupação dos familiares é a de que a empresa responsável e o Dsei não esteja sendo dada a devida atenção para o caso. "Meu genro já foi na Funai e entrou em contato com uns amigos dele e com uma advogada e acionamos também um promotor de Jacareacanga. Estamos tentando fazer de tudo, mas como o Heriberto diz, os órgãos não estão se preocupando com o que está acontecendo e por isso nada se resolve. Os indígenas querem a presença de um dos donos da empresa e enquanto ninguém for nada será feito", finaliza Francinete Rodrigues.


Entenda o caso


Os indígenas reclamam do atraso na obra que deveria ser entregue no dia 22 de outubro de 2016, mas de acordo com eles nada foi feito até agora. Eles estão reivindicando os direitos de maneira pacífica, sem violência e exigem a presença dos donos da empresa responsável pela obra no local para liberar os funcionários que estão impedidos de sair da aldeia desde o dia 17.

Segundo o santareno Heriberto Rodrigues, existem divergências no pagamento o que gerou a insatisfação dos indígenas. "Só veio o pagamento do mês de julho e agosto. Os índios estavam recebendo apenas 30 reais a diária, o que corresponde a 900 reais por mês. Quando fui fazer o pagamento, percebi que haviam sido descontados todos os domingos e teve gente que não recebeu salário, inclusive um dos líderes da comunidade não recebeu seu salário", conclui.

No dia 27 deste mês, uma reunião foi agendada entre Fundação Nacional do Índio (Funai), Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) e a empresa.


Empresa


Por telefone a produção de jornalismo da TV Tapajós, o representante da empresa Artecon, Arthur Gonçalves confirmou a reunião para o dia 27 e informou que quem realiza o pagamento é o Dsei. Segundo Gonçalves, desde o mês de julho o órgão não faz a o repasse de verba para a empresa.


Represente do Dsei


Por telefone, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), Sandro Waro Munduruku informou ao G1 que o atraso no pagamento não ocorre por responsabilidade do Dsei, órgão local da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Segundo Waro, ao ganhar a licitação para a obra, foram liberados R$ 1,6 milhão para a empresa Artecon, porém o recurso ainda não foi cedido em sua totalidade, devido ao atraso na execução dos serviços.


Nota de repúdio Crea


Por meio de nota, a inspetoria do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará, Crea em Santarém se solidarizou e apoiou o engenheiro civil Heriberto Rodrigues de Figueiredo e sua família. O Crea pede aos órgãos competentes que deem celeridade para libertá-lo junto aos cinco companheiros de trabalho daquela obra e repudia a atitude.



http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2016/10/mae-de-engenheiro-refem-em-aldeia-indigena-pede-agilidade-de-orgaos.html
PIB:Tapajós/Madeira

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