Suely Campos se reúne com índios wai-wai na comunidade Jatapuzinho

Folha BV- http://folhabv.com.br - 31/10/2016
A governadora Suely Campos visitou, no sábado, 29, a comunidade Jatapuzinho, localizada na terra indígena Trombetas/Mapuera, no município de Caroebe, para inspecionar a situação da Escola Estadual Indígena wai-wai e ouvir as reivindicações dos indígenas, que durante três dias se reuniram em Assembleia Geral no malocão da comunidade.

Ela constatou a necessidade de reforma e ampliação da escola e anunciou para os indígenas que na próxima semana enviará equipe de engenheiros à comunidade para fazer os levantamentos necessários para a realização da obra. A escola foi inaugurada em 2000 com a presença de Suely Campos, que na época ocupava o cargo de secretária do Trabalho e Bem-Estar Social. "Estou voltando aqui mais de 15 anos depois para reerguer essa escola que não recebeu nenhuma melhoria nesse período", disse.

Os tuxauas das seis comunidades da parte roraimense da terra indígena Trombetas/Mapuera entregaram um documento à governadora com quatro reivindicações: reforma e ampliação da escola do Jatapuzinho; ampliação do ensino nas comunidades Macará, Cobra e Samaúma; instalação de motores e cota de combustível para fornecimento de energia elétrica em três comunidades; e a abertura de uma estrada interligando a região à BR-210, totalizando 22 quilômetros.

Conforme as lideranças indígenas, a estrada é imprescindível para garantir o escoamento da produção dos wai-wai e a geração de renda. Eles são os principais produtores de castanha do Estado e também fabricam farinha para consumo próprio e para comercialização, além de cultivar frutas, como abacaxi e banana.

"Quando os rios Jatapuzinho e Jatapu secam, ficamos impossibilitados de fazer o escoamento da produção e também enfrentamos dificuldade para nos deslocarmos, então a estrada é a nossa principal reivindicação", disse Miguel Wai-wai. Os homens da comunidade se disponibilizaram a ajudar na execução da obra. Em discurso, a governadora se comprometeu a atender as reivindicações, dando prioridade para a reforma da escola e construção da estrada.


Organização


Os wai-wai vêm se organizando e trabalhando de forma coletiva desde 2009, quando foi fundada a Associação do Povo Indígena Wai-wai da Terra Indígena Trombetas/Mapuera.

Desde então, eles receberam diversos treinamentos feitos pela Secretaria de Agricultura, pelo Sebrae e pela Embrapa para melhorar o trabalho de coleta, secagem, classificação e comercialização da castanha e também da farinha. Eles são os principais coletadores da castanha do Brasil em Roraima, o que coloca o município de Caroebe como o maior produtor de castanha do Estado. Eles produzem cerca de 6 mil sacas por ano, algo em torno de 400 toneladas.

A colheita da castanha começa com a chegada das chuvas, quando os ouriços começam a cair e o rio sobe, permitindo o escoamento. Nesse período, as famílias de indígenas, que vivem nas comunidades, mudam-se para dentro da floresta para fazer a coleta. No fim da safra, retornam para suas casas, na aldeia.

O Governo do Estado, através da Agência de Defesa Agropecuária e da Secretaria de Agricultura, capacita os índios para fazer a classificação da castanha. Já a Secretaria do Planejamento está trabalhando em um projeto para que os indígenas possam comercializar o produto diretamente para grandes empresas, com o objetivo de agregar valor e melhorar a renda dos wai-wai.


Wai-wai


Os índios Wai-wai vivem na Guiana e no Brasil, nos estados de Roraima, Amazonas e Pará. Em Roraima, há duas terras indígenas que abrigam essa etnia, a reserva Wai-wai e a terra indígena Trombetas/Mapuera, onde fica localizada a comunidade Jatapuzinho.

O número de indígenas na parte roraimense da terra indígena Trombetas/Mapuera é de aproximadamente 800 indivíduos. Eles habitam áreas ao longo dos rios Jatapuzinho (onde fica a Hidrelétrica de Jatapu) e Anauá.



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PIB:Roraima/Mata

Áreas Protegidas Relacionadas

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