A partir dessa quinta-feira (22), a Casa do Artesão, em Três Lagoas, recebe a exposição permanente de artesanato da cultura Ofayé. Essa é a primeira vez que o município recebe a exposição, que tem como objetivo oferecer uma nova alternativa de renda e fortalecer a cultura da única etnia Ofayé registrada no mundo, localizada na cidade da Brasilândia.
A Casa do Artesão se tornou o primeiro ponto permanente de comercialização do artesanato Ofayé no Mato Grosso do Sul, que será abastecida periodicamente com novas peças conforme o fluxo de vendas. "A cultura Ofayé é valiosa para o município, Estado e o Brasil. Fortalecendo o artesanato, a identidade da comunidade indígena é preservada e multiplicada, mantendo-a forte e viva", diz o gerente-geral de Sustentabilidade da Fibria, Fausto Camargo.
De acordo com Fausto, com a autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), há quatro anos a Fibria desenvolve projetos junto à aldeia, e a exposição permanente reflete os resultados positivos do trabalho desenvolvido. "As consultorias possibilitaram a melhoria e estruturação da produção, gerando mais qualidade e produtividade. E mais que gerar renda, para Fibria, o desenvolvimento sociocultural e econômico das comunidades vizinhas onde atua é um compromisso assumido pela empresa", afirma o gerente-geral.
No levantamento cultural dos costumes Ofayé, a Fibria teve a consultoria do antropólogo Carlos Alberto Dutra que foi contratado para assessorar com acervo e registros étnico-cultural e iconográficos onde foi usado como referência na elaboração do projeto de artesanato indígena feito pelo designer têxtil Renato Imbroísi.
Imbroísi é um renomado profissional conhecido internacionalmente pelo desenvolvimento de trabalhos com diversas nações indígenas do Brasil e povos do exterior e é consultor da Fibria em diferentes projetos em diversos estados.
O designer afirmou que é possível conhecer um pouco da cultura da etnia por meio dos produtos artesanais feitos pelos Ofayé, como bolsas, toalhas e trilhos de mesa, jogos americanos, bolsinhas, cadernos encapados com tecido de algodão cru (alguns tingidos) estampado com animais que habitam o entorno da aldeia e bordado com o nome do animal no dialeto Ofayé.
"São peças que falam. Nos produtos, todos com iconografia Ofayé, feitos com a técnica de estamparia manual, os indígenas expressam a memória cultural da etnia. Todo trabalho é desenvolvido de forma que a identidade desse povo seja protagonista, resgatando a conexão com sua história e costumes", disse Imbroísi.
Serviço
A Casa do Artesão fica aberta de segunda a sexta-feira das 7h às 11h e das 13h às 17h, e aos sábados das 7h às 12h. Inaugurado em 2011, o local possui uma diversidade de produtos artesanais típicos da região, que representam a fauna, flora e cultura sul-mato-grossense.
Atuação da Fibria junto aos Ofayé
Em 2013, uma cartilha reuniu termos do dialeto e foi distribuída na tribo com o objetivo de incentivar a familiarização e adoção dos termos nas conversas do dia a dia. A iniciativa, realizada pela Fibria, também viabilizou a construção de um campo de futebol society para promover a integração social e formação de um time batizado como "Xeheki Agaxäfwatae", que significa "Os Guerreiros" na linguagem Ofaié.
No início de 2014, as mulheres da aldeia receberam a capacitação de técnicas de bordado com o intuito de ilustrar os costumes e a cultura da tribo. Hoje, todo o aprendizado pode ser admirado nas peças.
Sobre os Ofayé
O Povo Ofayé, conhecido na literatura como Ofayé Xavante, vive no município de Brasilândia, Estado de Mato Grosso do Sul e é um dos últimos sobreviventes caçadores e coletores que chegaram a ser mais 2 mil indivíduos no começo do século XX quando habitavam as margens do rio Paraná estendendo seus domínios pelos cerrados, desde os campos da Vacaria até as margens do Sucuriú, onde coletavam mel silvestre, colhiam guaviras e "caçavam" o peixe ao longo dos rios Verde, Pardo, Taquaruçu e Boa Esperança, na região chamada Costa Leste do Bolsão sul-mato-grossense.
Os indígenas Ofayé atualmente vivem na Aldeia Anodi, território imemorial identificado e declarado indígena pela Portaria 264/92 do Ministério da Justiça, numa comunidade multicultural que reúne cerca de 100 pessoas das etnias Ofayé, Guarani e não-indígenas; entre eles os últimos 6 falantes da língua materna ofayé, do tronco macro Jê, classificada pelo atlas da Unesco das línguas em perigo como "em situação crítica".
Sobre a Fibria
Líder mundial na produção de celulose de eucalipto, a Fibria é uma empresa que procura atender, de forma sustentável, à crescente demanda global por produtos oriundos da floresta. Com capacidade produtiva de 5,3 milhões de toneladas anuais de celulose, a companhia conta com unidades industriais localizadas em Aracruz (ES), Jacareí (SP) e Três Lagoas (MS), além de Eunápolis (BA), onde mantém a Veracel em joint-operation com a Stora Enso. A companhia possui 969 mil hectares de florestas, sendo 568 mil hectares de florestas plantadas e 338 mil hectares de áreas de preservação e de conservação ambiental. A celulose produzida pela Fibria é exportada para mais de 40 países. Em maio de 2015, a Fibria anunciou a expansão da unidade de Três Lagoas, que terá uma nova linha com capacidade produtiva de 1,95 milhão de toneladas de celulose por ano, e entra em operação no quarto trimestre de 2017. Saiba mais no site da Fibria.
http://www.perfilnews.com.br/noticias/bolsao/com-apoio-da-fibria-tres-lagoas-recebe-primeira-mostra-permanente-do-artesanato-ofaye
PIB:Mato Grosso do Sul
Áreas Protegidas Relacionadas
- TI Ofayé-Xavante
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