Vazamentos e lava-rápidos jogam fora metade da água na Reserva Indígena

Dourados Agora- http://www.douradosagora.com.br - 24/03/2017
Vazamentos e lava-rápidos jogam fora metade da água potável que seria utilizada para matar a sede de dezenas de famílias na Reserva Indígena de Dourados. Somente na Aldeia Bororó, 80 casas estão desabastecidas, enquanto 8 empresas lavam carros dia e noite na Reserva com a água gratuita que sai das torneiras. A constatação é da própria comunidade indígena que denunciou a situação ao engenheiro civil Celso Hirahata, técnico da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai-MS).

O profissional teve reunido com os agentes indígenas de saneamento na tarde de ontem realizando o mapeamento da falta de água na Reserva de Dourados, atendendo a uma solicitação do deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS), que recentemente garantiu a perfuração de dois novos poços na comunidade.

O engenheiro civil Celso Hirahata destacou que o problema da falta de água não está na quantidade de poços, mas no desperdício. Segundo ele, são 12 poços disponíveis na Reserva, que juntos garantem uma sobra de 200 mil litros e mais de 150 litros por habitante. "Só para se ter uma ideia, a média de gasto na zona rural em comunidades não indígenas é de 100 litros por habitante diariamente", destaca, observando que a cidade de Campo Grande tem cerca de 864 mil habitantes tem uma taxa de desperdício de 22%.

Celso Hirahata destaca que são mais de 35 mil metros de rede dentro da reserva mas que muitos fazem a ligação direta e clandestina na rede adutora que leva a água dos poços para os reservatórios. Segundo a comunidade, algumas empresas afirmam ter poços particulares, mas a comunidade não acredita. Segundo o especialista em outras situações, até a manobra nos registros é feita para desviar a água que deveria ir para os reservatórios. Outro problema da reserva são os vazamentos. "Falta conscientização dos moradores em se preservar a água e garantir a manutenção dos vazamentos em suas casas, afinal são mais de 35 mil metros de rede disponível na reserva. Temos 7 agentes na aldeia Bororó, mas o grande fiscalizador deve ser o morador. Temos pouco material e uma grande extensão de rede", conclui.


MPF


O Ministério Público Federal tem pelo menos 4 ações judiciais contra a má utilização da água nas aldeias de Dourados e pede interdição desses espaços. A Procuradoria vê ação poluidora do meio ambiente dessas empresas, uma vez que produtos químicos da lavagem de carros caem diretamente na rede de água pluviais sem as caixas de separação de óleo. Todas as ações aguardam decisão da justiça.



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PIB:Mato Grosso do Sul

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