Assembleia Legislativa de Minas promoveu a solenidade em Januária nessa quinta-feira (8); parque será aberto oficialmente para visitação no dia 27 de junho.
Cerca de 700 pessoas participaram de uma audiência realizada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Januária, para lançar oficialmente a campanha que prevê a indicação do Parque Nacional de Cavernas do Peruaçu ao selo da Unesco de Patrimônio Cultural da Humanidade. Representantes de órgãos ambientais, conselheiros do Parque do Peruaçu, prefeitos e deputados se reuniram na solenidade nessa quinta-feira (8).
O presidente da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Paulo Guedes, presidiu a audiência pública e comemorou a iniciativa dos ambientalistas empenhados no reconhecimento do parque. "É uma satisfação ver a plateia cheia e perceber que a população de Januária acompanha a discussão de uma pauta que une a região. As entidades estão unidas em prol do reconhecimento do parque e com certeza o Norte de Minas só tem a ganhar", diz. A indicação ao selo da Unesco depende diretamente do Governo Federal, que só tem direito a fazer uma escolha por ano.
O membro do Conselho Nacional de Espeleologia e coordenador da campanha do Parque do Peruaçu, Carlos Leonardo Giunco, explica que as riquezas naturais encontradas no local são únicas e permitem que o parque tenha capacidade de receber um título internacional.
"O parque tem 57 mil hectares, 140 cavernas catalogadas, 80 sítios arqueológicos com pinturas de mais de 11 mil anos. É um complexo ambiental criado em 1999 e apenas agora será aberto oficialmente ao público. A ideia do selo da Unesco é um projeto a longo prazo e a audiência é um pontapé inicial para que possamos ir até o governo pedir a candidatura do Parque do Peruaçu", argumenta.
O Parque do Peruaçu recebeu, nos últimos meses, reformas estruturais para que a população possa, oficialmente, explorar o local. A visitação já acontecia de maneira limitada através de alguns guias e receptores do complexo. Késsia Madureira, membro do conselho consultivo do Peruaçu e presidente da Associação dos Guias e Receptores, conta que, anualmente, quase 9 mil pessoas visitam o local e a tendência é que, após a inauguração, os números cresçam.
"Apesar da pouca visibilidade e limitações de estrutura voltada para o público, o Peruaçu é alvo de turistas do mundo todo. Já recebemos gente da França, Argentina, Venezuela. A abertura oficial do parque representa esperança de desenvolvimento para nossa região. A comunidade tem o sonho de ver a região crescer através do turismo. O sucesso do Peruaçu representa vida, são olhares voltados para o Norte de Minas", destaca a guia.
Durante a audiência, a coordenadora regional do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Carolina Carneiro, anunciou a inauguração oficial do Parque do Peruaçu para o dia 27 de junho. "O Instituto Chico Mendes manifesta total apoio a campanha de reconhecimento do parque como patrimônio cultural da humanidade. Essa audiência é resultado de um trabalho coletivo para que as pessoas da região entendam que o parque é uma riqueza que pertence ao Norte de Minas e a elas também. Vamos fazer uma inauguração linda. Este é o término de um ciclo de muita luta, que foram as obras para que o parque fosse aberto à visitação. Agora, vamos rumo a outro ciclo, em busca do selo da Unesco", destaca.
O Parque
O Peruaçu tem cerca de 56 mil metros quadrados e faz parte das área de três municípios, Januária, Itacambira e São João das Missões. Possui cerca de 40 cavernas catalogadas e pinturas rupestres de mais de 11 mil anos, segundo especialistas. O parque se tornou uma unidade de conservação no ano de 1999 com o objetivo de proteger o patrimônio geológico e arqueológico da região. Por enquanto, a visitação ao parque só é possível por meio de agendamento.
Um dos objetivos do reconhecimento como Patrimônio da Humanidade é o aumento da preservação do parque.
Uma aldeia de índios Xacriabás localizada na comunidade de Catinguinha, fica dentro da área de preservação do Parque Peruaçu. De acordo com o pajé Vicente Barbosa, líder do grupo, na região da unidade vivem quase 11 mil indígenas. Ele afirma que a ligação do povo da aldeia com o parque não é só regionalismo.
"A nossa riqueza é espiritual através do parque. Os animais, as cavernas, a vida do nosso povo indígena é ligada ao cerrado. No parque está a história do nosso povo, nas nossas pinturas, nossas cavernas. Todo o conhecimento dos antepassados foram deixados nas paredes pelas pinturas", afirma.
http://g1.globo.com/mg/grande-minas/noticia/audiencia-publica-lanca-campanha-que-indica-parque-do-peruacu-ao-selo-de-patrimonio-da-humanidade.ghtml
UC:Parque
Áreas Protegidas Relacionadas
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