A Associação de Mulheres Indígenas Jenipapo-Kanindé realizou entre os dias 16 e 18 de junho, o Módulo Pitaguary da Formação de Cineastas Indígenas - Um olhar etnográfico, projeto apoiado pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult). As atividades aconteceram na Escola Indígena Itá-ara, da aldeia Olho D'água, em Maracanaú e Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza.
Este foi o quarto módulo do projeto, que também contemplou as etnias Jenipapo-Kanindé, Kanindé de Aratuba e Tapeba, promovendo a capacitação de jovens indígenas e o intercâmbio cultural entre diversas aldeias do Ceará. Foram aproximadamente 15 alunos por curso.
Além de oficinas de fotografia e de produção e realização audiovisual, a programação incluiu rodas de conversa, vivências na mata, rituais indígenas e uma mostra de filmes etnográficos. Segundo a Cacique Irê, sucessora da Cacique Pequena na liderança da etnia Jenipapo-Kanindé, o projeto tem o objetivo de proporcionar aos participantes meios de registro e expressão da própria cultura. "A gente tem a necessidade de poder registrar a nossa própria história, o nosso próprio povo, do olhar do índio para outro índio." Salienta.
Entretanto, a Cacique, também diretora da Escola Indígena Jenipapo-Kanindé, aponta outros benefícios da iniciativa, como a melhoria do desempenho escolar dos participantes, a expansão de horizontes profissionais e a integração entre os povos indígenas do estado. Os resultados se refletem na qualidade da produção dos módulos, realizada por membros das aldeias envolvidas, e no desenvolvimento dos jovens Jenipapo-Kanindé que participaram da primeira formação, em abril deste ano, e atuaram como monitores das demais oficinas do projeto. Desta forma, eles aprofundaram e transmitiram os conhecimentos adquiridos.
Para viabilizar a continuidade do processo de aprendizado vivenciado nas oficinas, uma câmera fotográfica profissional foi doada à cada aldeia participante, e os facilitadores Henrique Dídimo e Iago Barreto retornarão aos locais, aproximadamente um mês após cada módulo, para ministrar uma oficina de edição de vídeo. Apesar do público alvo específico, houve flexibilidade para a participação de alunos de outras faixas etárias, respeitando o caráter inclusivo da pedagogia indígena.
Contando com o apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, a Formação deu seguimento à primeira e à segunda Mostra Indígena de Filmes Etnográficos do Ceará, realizadas em 2015 e 2016, na aldeia Lagoa Encantada, da etnia Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz. Além da exibição de filmes com enfoque em questões indígenas, a programação dos eventos incluía uma série de oficinas de audiovisual.
A Associação de Mulheres Indígenas Jenipapo-Kanindé
Fundada em 2002, a Associação das Mulheres Indígenas Jenipapo-Kanindé (AMIJK) tem por objetivos defender os direitos das mulheres indígenas e melhorar a qualidade de vida dos povos da etnia Jenipapo-Kanindé, promovendo a cultura nativa, a saúde e a geração de renda na comunidade.
A etnia Pitaguary
O povo Pitaguary, vive em diversas localidades do estado, principalmente na Região Metropolitana de Fortaleza, e descende dos índios Potiguaras (ou Pitiguaras) estabelecidos junto à barra do Rio Ceará no século XVII. Nos município de Maracanaú, estão localizadas as aldeias Santo Antônio, Horto e Olho D'Água. Já em Pacatuba, no sopé da serra da Monguba, localiza-se a aldeia Monguba. O Módulo Pitaguary da Formação de Cineastas Indígenas foi realizado na Escola Indígena Itá-ara, em Pacatuba, que assiste à aldeia Olho D'água.
http://www.vermelho.org.br/noticia/298361-1
PIB:Nordeste
Áreas Protegidas Relacionadas
- TI Pitaguary
- TI Lagoa Encantada
As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.