Google lança plataforma interativa com histórias inéditas sobre Amazônia e 'transporta' internauta para floresta

R7 noticias.r7.com - 11/07/2017
Google lançou nesta terça-feira (11) uma nova ferramenta interativa que aproxima os internautas da Amazônia e faz com que cada um descubra suas próprias conexões com a floresta.

Dirigido pelo cineasta Fernando Meirelles, o projeto "Eu sou a Amazônia", do Google Earth, apresenta 11 histórias contadas por comunidades indígenas e quilombolas da região, que abordam diferentes aspectos da vida na floresta, incluindo os desafios e as ameaças a esse ecossistema.

Por meio de textos, vídeos, fotos, mapas e realidade virtual em 360o, o projeto tem como objetivo mostrar como "a floresta faz parte da nossa vida é nós da dela", explica o cacique Almir da tribo Suruí.

- A tecnologia do Google ajuda a criar um futuro melhor, a construir a consciência de que somos todos iguais. Nossa luta é para conscientizar o mundo e dizer "vamos juntos". A floresta não é patrimônio apenas do povo indígena, mas do brasileiro e do mundo todo.

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Essas histórias são o resultado de um projeto que começou há dez anos, quando o cacique descobriu o Google Earth e viu seu potencial para proteger o legado e as tradições de seu povo. Almir propôs uma parceria ao Google, que resultou na criação do Mapa Cultural dos Suruí, o primeiro projeto liderado por um povo indígena para combater o desmatamento e mapear o estoque de carbono de suas terras.

Rogério Pereira, da Arqmo (Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná), conta que a plataforma também contribui muito para sua comunidade.

- Nós conseguimos ver como é o nosso território, explicar onde estão as aldeias, ter uma ideia melhor de quantas pessoas nós somos e onde essas pessoas estão. Além disso, podemos tentar encontrar locais em que esteja tendo extração ilegal [de recursos naturais].

O lançamento conta com o apoio do ator Cauã Reymond.

- O projeto fala sobre proteção do que é nosso, dos nossos recursos naturais e de como explorá-los de uma forma correta e que proteja a Amazônia. O Google está proporcionando as ferramentas para a gente dar continuidade a isso e eu fico muito feliz de participar desse projeto.

"Eu sou a Amazônia" está disponível por meio do navegador Chrome e aparelhos Android, com tradução para português, inglês e espanhol. Para acessar a plataforma, entre em: g.co/EuSouAmazonia


Conheça um pouco sobre cada uma das histórias contadas:

Eu sou Água: o volume de água que a Floresta Amazônica joga no ar percorre milhares de quilômetros, fazendo chover em toda área centro sul da América Latina. Entenda o processo de formação das chuvas que abastecem os reservatórios e irrigam as fazendas que produzem boa parte do alimento do mundo.

Eu sou Mudança: após 40 anos de destruição desenfreada, Paragominas, no Pará, foi o primeiro município a adotar ações concretas para o controle do desmatamento e, hoje, trabalha para tornar-se a primeira cidade verde da região. Esta é a história da transformação de Paragominas.

Eu sou Alimento: a história dos produtos da floresta que alimentam não só os povos que vivem na região, mas também pessoas ao redor de todo o mundo. Fortalecer a cadeia de produtos alimentícios da Amazônia é uma das maneiras mais eficazes de manter a floresta em pé.

Eu sou Raiz: há cem anos, a cultura dos Yawanawá quase se perdeu. Nos anos 1980, sua história mudou e a demarcação de seu território foi o primeiro passo. Esta é a história do povo Yawanawá e seus exemplos de empoderamento feminino e economia sustentável.

Eu sou novação: os Paiter Suruí são formados por aproximadamente 1.500 integrantes que protegem 248.147 hectares de floresta entre Rondônia e Mato Grosso. Seu povo quase foi dizimado, mas encontrou na liderança de Chefe Almir Suruí o caminho para se fortalecer.

Eu sou Liberdade: a Amazônia brasileira é o lar de muitos quilombolas, descendentes de africanos escravizados. No Pará, fugindo da escravidão, eles estabeleceram suas comunidades e lutaram pelos seus direitos territoriais.

Eu sou Resistência: os Tembé possuem uma história de resistência de 40 anos pelo direito à sua terra. Hoje, eles usam novas tecnologias para realizar a gestão e proteção do seu território, e garantir o futuro das próximas gerações.

Eu sou Resiliência: o desmatamento, o uso de agrotóxicos e as mudanças climáticas estão ameaçando os povos indígenas e as florestas do Xingu, a primeira grande terra indígena reconhecida no Brasil e, hoje, lar de 16 etnias.

Eu sou Aventura: os Yanomami estão se preparando para levar turistas ao Pico da Neblina, em uma trilha de 36 km de caminhada pela floresta e que apresenta elevação que vai de 95 metros à 2.995 metros de altitude.

Eu sou Conhecimento: o povo Cinta Larga vive na Amazônia brasileira em um território demarcado de 2,7 milhões de hectares. Hoje, eles avançam na proteção de seu território por meio de seus projetos de educação.

Terras Indígenas: as Terras Indígenas representam cerca de 13,8% do território nacional e são essenciais para a sobrevivência dos povos e da conservação ambiental em todos os biomas brasileiros.



http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/google-lanca-plataforma-interativa-com-historias-ineditas-sobre-amazonia-e-transporta-internauta-para-floresta-12072017
Produção Cultural:Exposições e Debates

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