#ArtesanaisLegais

OESP, Paladar, p. D1 - 16/11/2017
#ArtesanaisLegais
Debate promovido pelo Paladar com a participação de representantes do governo, produtores e chefs propõe ações concretas para tirar da ilegalidade toda a cadeia produtiva dos alimentos artesanais - produção, distribuição e comércio

Patrícia Ferraz

Os participantes saíram animados do debate promovido pelo Paladar na sexta-feira (10), em defesa dos produtos alimentares produzidos artesanalmente no Brasil. Depois de quase quatro horas de discussões, questionamentos e depoimentos calorosos, a sensação comum era a de que "dessa vez vai". Produtores, agentes de fiscalização e integrantes do governo presentes no encontro que lotou o auditório do Estadão conseguiram deixar as divergências de lado e trabalhar em torno do que os une: o desejo de garantir a legalização de toda a cadeia produtiva de alimentos artesanais, da produção à distribuição e comercialização. A coisa não ficou só na conversa, como costuma acontecer nesses encontros, formou-se um grupo de trabalho com a participação de reguladores e regulados (governo, produtores, técnicos e chefs). Do lado governamental, serão integrantes do grupo o secretário de Fiscalização do Ministério da Agricultura, Luis Rangel; o presidente do Condeagri e Secretário Estadual de Agricultura do Espírito Santo, Octaciano Neto; e a agente de fiscalização da Covisa, Andrea Boanova; além de um funcionário da Anvisa, ainda não definido. Do outro lado, o secretário do Slow Food, Jerônimo Villas Boas; o colunista do Paladar, Roberto Smeraldi; a presidente da ONG SertãoBras e blogueira do Paladar, Débora Pereira; o presidente da associação dos queijeiros da Canastra, João Leite; e os chefs Jefferson Rueda e Mara Salles, sempre envolvidos nos movimentos de defesa das tradições culturais brasileiras.
Um dos grande momentos foi quando o representante do Mapa, Luis Rangel, teve a ideia de formar uma Câmara Setorial para Produtos Artesanais. "Vou consultar o ministro (da Agricultura, Blairo Maggi) sobre a viabilidade de criar essa câmara", disse, arrancando aplausos (esta semana, ele já avisou que a ideia foi bem recebida no ministério). Outro ponto alto do evento foi quando Jerônimo Villas-Boas propôs a criação de um "Poupatempo" para o produtor artesanal, concentrando a burocracia no mesmo local.
O chef Jefferson Rueda, da Casa do Porco, disse que estava ali para ouvir "Quero saber o que preciso fazer para sair da ilegalidade", perguntou. Não obteve resposta, mas saiu animado com os avanços. Roberto Smeraldi sugeriu que o foco de fiscalização de alimentos seja deslocado do processo para o produto. A ideia vai ao encontro do que muitos palestrantes defenderam, a partir de sugestão de Débora Pereira, a autorregulação. "Na França, onde eu moro, é assim, o produtor anota os procedimentos e numera os queijos e em caso de problema, a fiscalização sabe onde ir", contou. Outra unanimidade: a fiscalização deve privilegiar a educação do produtor, em vez de só punir.

OESP, 16/11/2017, Paladar, p. D1

http://paladar.estadao.com.br/noticias/comida,legalizacao-dos-produtos-artesanais-debate-do-paladar-deixa-solucao-mais-proxima,70002085737
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