A Polícia Civil e lideranças indígenas da Terra Indígena Xapecó, em Ipuaçu, trabalham para identificar o autor do homicídio de Luan Ribeiro, 12 anos, ocorrido na madrugada de sexta-feira para sábado. Ele foi sepultado na aldeia indígena ainda no domingo.
O corpo do menino foi encontrado na lateral de uma estrada rural que dá acesso à sede da aldeia, por um morador local. Ele estava com ferimentos no pescoço e a principal suspeita é de que tenham sido feito com vidro.
De acordo com o delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Gustavo Altemar, ainda é muito cedo para tirar qualquer conclusão sobre o caso. O inquérito foi instaurado e nesta segunda-feira começaram a serem ouvidas testemunhas que viram o menino no dia anterior ao crime. De acordo com o agente de polícia responsável pela Delegacia de Ipuaçu, Ivan Fumagalli, quatro pessoas foram ouvidas nesta segunda-feira e amanhã serão ouvidos os pais do indígena. Ele acredita que o autor seja da própria aldeia.
- Estamos buscando informações sobre os últimos passos do menino para identificar o autor. Ainda não temos o suspeito nem a motivação do crime. Também vamos aguardar o laudo cadavérico do IML de Chapecó e a perícia da cena do crime, que foi realizada pelo IGP. Com isso poderemos confirmar se a morte foi mesmo por vidro, se o menino ingeriu álcool - disse.
As lideranças indígenas também estão colaborando na investigação. De acordo com o cacique, Gentil Belino, o autor do homicídio provavelmente está ferido.
- O pessoal chamou vários possíveis suspeitos mas até agora não identificamos nada. O autor provavelmente tem um ferimento na mão pois do local onde o corpo foi encontrado há pingos de sangue por cerca de 400 metros. Tivemos informação de que ele tinha ido num curso de artesanato e não voltou para casa - disse o cacique.
Ele informou que o corpo foi encontrado entre 600 e 700 metros da residência onde morava com os pais. De acordo com o cacique o menino não estudava e vendia artesanato.
Gentil Belino disse que vai reunir as lideranças da comunidade para adotar medidas de prevenção na Terra Indígena Xapecó, que tem cerca de seis mil moradores em seus 15 mil hectares, em Ipuaçu e Entre Rios.
- Vamos exigir do Conselho Tutelar que tome providências e acione a responsabilidade dos pais pois não dá para crianças de 12 anos estarem na rua durante a noite. Temos que prevenir também o alcoolismo entre os jovens que é outro problema - disse Belino.
https://www.nsctotal.com.br/noticias/policia-e-liderancas-indigenas-buscam-quem-matou-menino-de-12-anos
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