Médica é agredida e tem os braços quebrados na Terra Indígena Yanomami, em Roraima

G1 - https://g1.globo.com/ - 17/07/2020
Ferida, profissional de 38 anos, que não teve a identidade revelada, foi levada da região do Xitei, em Alto Alegre, para a capital Boa Vista. Ainda não se sabe quem a feriu e o que motivou a agressão. Sesai informou que está tomando todas as medidas legais e administrativas para apurar o ocorrido.

Uma médica, de 38 anos, foi agredida na Terra Indígena Yanomami e teve os dois braços quebrados. Ferida, ela foi levada ao Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista, na noite dessa quinta-feira (16). Ainda não se sabe quem são os agressores e o que motivou o ato.

A médica trabalhava na região sob responsabilidade do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y).

Procurada, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) informou que tomou conhecimento, nesta sexta-feira (17) "sobre a suposta agressão física sofrida por uma médica da Equipe Multidisciplinar da Saúde Indígena".

"A coordenação do DSEI Yanomami agilizou o traslado da médica até o Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista (RR), e disponibilizou uma equipe de saúde para suporte médico e psicológico da paciente. Também está tomando todas as medidas legais e administrativas para apurar o ocorrido."

Ela foi levada a Boa Vista de avião. A médica estava na região do Xitei, em Alto Alegre, ao Norte de Roraima. Na capital, foi recebida e atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

"Foi acionado o suporte avançado de vida do Samu. Na chegada, o estado geral de saúde da paciente era bom. Ela estava lúcida, consciente e orientada. Tinha múltiplas fraturas nos braços, antebraços região de clavícula e alguns ferimentos ocasionados por arma branca na cabeça", informou a médica do Samu, Leidiane Nobles, que fez os primeiros atendimentos à vítima.


A médica segue internada no HGR. De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, responsável pela unidade, ela "recebeu atendimento pela equipe médica de plantão e passou por procedimento cirúrgico para correção ortopédica."

Ela está no Grande Trauma, onde ficam pacientes feridos, sem previsão de alta hospitalar. "No momento apresenta quadro de saúde estável", informou a Saúde.

Procurado, o Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) da região Yanomami, responsável por fiscalizar a execução das ações de saúde no territórios indígenas, informou que ainda não se sabe o que ocorreu. O presidente do conselho, Júnior Hekuari Yanomami, disse que iria ao Xitei nesta sexta-feira (17) apurar o caso.

Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que o caso é de competência da Sesai, órgão que responde pela saúde indígena no país.

Terra Yanomami
Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem uma população de 27 mil indígenas e quase 10 milhões de hectares. A região fica entre os estados de Roraima e Amazonas e é alvo constante de garimpeiros que invadem a terra em busca da extração ilegal de ouro.

O garimpo ilegal tem causado tensão na reserva devido aos conflitos entre garimpeiros e indígenas. Em junho, dois jovens Yanomami, de 20 e 24 aos, foram mortos a tiros em uma área de mata fechada na região do rio Parima, em Alto Alegre.

O coronavírus é outra preocupação na região. Um estudo elaborado pelo Instituto Socioambiental (Isa) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou que a Terra Yanomami é a mais vulnerável ao coronavírus entre as regiões indígenas da Amazônia devido à presença de garimpeiros.

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PIB:Noroeste Amazônico

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