Sem turismo, plataformas online ajudam artesãos a vender

OESP, Especial, p. H3. - 08/08/2020
Sem turismo, plataformas online ajudam artesãos a vender
Com vendas pela internet, trabalhos de aldeias indígenas e outras comunidades ganham mais visibilidade pelo País

Nathalia Molina, Especial para o Estado

Feitos por indígenas e populações ribeirinhas

Manaus foi uma das cidades brasileiras mais duramente atingida pela covid-19. Com isso, a GaleriAmazônica viu sumir os turistas. O espaço expõe e vende peças produzidas por 30 etnias indígenas, caboclos e ribeirinhos e depende das vendas da loja para conseguir gerar recursos para essas comunidades. Há dois meses passou a oferecer os produtos online.

"Vendíamos algumas peças pelo Instagram e pelo Facebook. Com a pandemia, tivemos de criar outros mecanismos", conta Maria da Fé de Souza Moreira, responsável pela gestão administrativa da galeria, criada após uma parceria entre o Instituto Socioambiental (ISA) e a Associação Comunidade Waimiri Atroari. Segundo ela, as vendas pelo galeriamazonica.org.br/loja irão continuar mesmo que os visitantes voltem a aparecer, "até para dar mais visibilidade ao artesanato indígena, que para algumas comunidades é a única fonte renda".

Na loja online, há de artigos para casa a acessórios. Um cesto de arumã, do povo Baré, custa R$ 60, já o colar com semente de morototó, da etnia Saterê-Mawé, sai a R$ 18. "Toda a renda volta 100% para os artesãos, realizamos a prática do comércio justo. Eles se deslocam de suas aldeias até a galeria. Nós os recebemos, pagamos pelos produtos, eles dão o preço", diz Maria da Fé. "O produto vendido já vai gerar recursos para atender outra etnia que venha até a loja. Assim, o artesanato comercializado volta sempre em forma de ajuda para as populações e etnias atendidas pela GaleriAmazônica."

Os indígenas estão entre os mais atingidos pela covid-19. No Xingu, o chefe Aritana Yawalapiti morreu nesta semana da doença. A loja.socioambiental.org, do ISA, vende livros, artesanato e ingredientes naturais - mel do Xingu (R$ 27), cogumelos Yanomami (inteiros a R$ 20) e camisetas da etnia Panará (R$ 70).

OESP, 08/08/2020, Especial, p. H3.

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