A história dos povos indígenas de Rondônia perdeu seu grande guardião, o cacique da tribo Ikolen Gavião de Rondônia, Catarino Sebirop da Silva.
Ele morreu no dia 1o de outubro, aos 68 anos, em decorrência de uma doença pulmonar.
Guerreiro e de personalidade forte, Catarino preocupava-se excessivamente com a cultura, a identidade indígena, o meio ambiente e a proteção territorial.
"Ele bem mal, nos últimos dias, estava mandando mensagem no grupo de WhatsApp sobre o perigo do marco temporal para os povos indígenas. Foi uma perda grande", diz a indigenista Ivaneide Bandeira Cardozo, 62, amiga de Catarino havia cerca de 40 anos.
"Ele também tinha uma coisa que era o gostar de ensinar, e isso era fantástico nele. Em todos os eventos que tinha na aldeia, fazia questão de fazer uma apresentação cultural. Se saía para algum evento, fazia o mesmo. Tinha essa coisa de mostrar a identidade indígena muito forte", conta Ivaneide.
Ultimamente, ele vivia na aldeia Ikolen, terra indígena Igarapé Lourdes, município de Ji-Paraná (RO). Líder importante, participou de muitos movimentos sociais em defesa dos índios.
A Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) lamentou a sua morte. A entidade afirmou que Catarino esteve à frente, ao lado de outros líderes, de um grande esforço para demarcação da Terra Indígena Igarapé Lourdes, em Rondônia.
Ele liderou a retirada de invasores da Igarapé Lourdese apoiou a Terra Indígena Zoró, em Mato Grosso, que na década de 80 também sofria com a permanência de invasores. Catarino ainda esteve presente, com a Funai (Fundação Nacional do Índio), de onde era aposentado, nos primeiros contatos com vários povos indígenas.
Catarino foi casado duas vezes. Há poucos dias, havia perdido uma filha. Deixa 13 filhos, netos e bisnetos.
"Ele foi um líder tradicional. Herdou a liderança do pai e do sogro. Dizia que não foi cacique de eleição. Desde então, veio trabalhando para defender as tradições, o povo e a manutenção dos costumes e da cultura indígena. Ele sempre falava sobre a importância de mantermos quem somos, a união dos povos e a proteção do território", afirma o servidor público Josias Cebirop Gavião, 37, um dos filhos.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/10/mortes-lider-indigena-gostava-de-ensinar-e-propagar-cultura.shtml
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