Extermínio de índios Guajajara faz terceira vítima em duas semanas

Correio do Brasil - https://www.correiodobrasil.com.br/ - 13/09/2022
Extermínio de índios Guajajara faz terceira vítima em duas semanas

De acordo com o Instituto Socioambiental, os Guajajara são um dos maiores grupos indígenas do país e vivem em diferentes regiões do Estado do Maranhão. Na TI Arariboia, indígenas da etnia participam do grupo conhecido como Guardiões da Floresta, criado pelos próprios indígenas para proteger seu território.

13/09/2022

A violência contra os povos indígenas voltou a explodir. O indígena Antônio Cafeteiro Silva Guajajara foi morto com seis tiros no último domingo, na estrada do Povoado Jiboia, no município de Arame, a cerca de 600 km de São Luís, de acordo com informações do portal G1. Esse é o terceiro assassinato de indígenas da etnia Guajajara em menos de duas semanas no Estado.

No município de Arame, no sudoeste do Maranhão, Jael Carlos Miranda Guajajara morreu após ser atropelado.

No último dia 3, Janildo Oliveira Guajajara, que já foi Guardião da Floresta, foi assassinado com tiros nas costas, um outro indígena, de apenas 14 anos, ficou ferido, a polícia confirmou que se trata de um caso de homicídio.

O delegado da Polícia Civil de Arame, Tiago Castro, informou ao g1 Maranhão que Antônio Cafeteiro Silva Guajajara morava na aldeia Lagoa Vermelho, na Terra Indígena (TI) Arariboia. A polícia segue investigando o caso, mas ainda não deu detalhes sobre as circunstâncias do crime.

De acordo com o Instituto Socioambiental, os Guajajara são um dos maiores grupos indígenas do país e vivem em diferentes regiões do Estado do Maranhão. Na TI Arariboia, indígenas da etnia participam do grupo conhecido como Guardiões da Floresta, criado pelos próprios indígenas para proteger seu território.

Os guardiões atuam para identificar e vigiar as trilhas abertas por madeireiros ilegais e flagrar a ação dos criminosos.

Violência

Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), nos últimos 10 anos já foram registrados ao menos 35 casos de assassinatos de indígenas no Maranhão, muitos deles na região da Terra Indígena Arariboia, onde moram os Guajajara.

Um caso de grande repercussão aconteceu em novembro de 2019, quando o indígena Paulo Paulino Guajajara, também conhecido como o "Lobo Mau", foi morto em uma emboscada. Um madeireiro identificado como Márcio Gleik Moreira Pereira também morreu em uma troca de tiros, e o indígena Laércio Sousa Silva sobreviveu.

Sobre este caso, Justiça Federal determinou que Antonio Wesly Nascimento Coelho e Raimundo Nonato Ferreira de Sousa irão a júri popular. Eles se tornaram réus após uma denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) e vão responder por homicídio qualificado por motivo fútil e eventual emboscada.

A dupla também vai responder pela tentativa de homicídio por suposto motivo fútil e emboscada contra o indígena Laércio Sousa Silva, com agravante de ofensa indígena. Além disso, os réus também irão a júri popular pela posse arma ilegal de fogo.

Para o MPF, os crimes contra a vida foram agravados por terem atingido a comunidade indígena, uma vez que foram cometidos contra aqueles que lá estavam para proteger a terra e cultura indígenas.

Além disso, foram cometidos também por motivo fútil, com a finalidade de reaver uma motocicleta, e de forma que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista o elemento surpresa destacado no contexto em que foram efetuados os disparos de arma de fogo.

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PIB:Goiás/Maranhão/Tocantins

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