Pela terceira vez, PF destrói ponte construída por invasores em Terra Indígena de Rondônia
03 de abril de 2023
Iury Lima - Da Revista Cenarium
VILHENA (RO) - Agentes da Polícia Federal (PF) destruíram, pela terceira vez, uma ponte construída por madeireiros no Parque Indígena Aripuanã, localizado ao Sul de Rondônia. A operação recebeu o nome de Espanta-Lobos e foi realizada durante o último fim de semana, entre sábado, 1o, e domingo, 2.
Na área protegida havia também uma estrutura de apoio construída pelos próprios invasores, "que atuam na retirada criminosa de produtos florestais", segundo a polícia. A ponte não só facilitava o acesso à Terra Indígena (TI), mas também a retirada de madeira explorada ilegalmente, de acordo com as autoridades.
Além do efetivo da PF no Estado, a ação contou com apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Grupo de Bombas da Polícia Federal. Ninguém foi preso.
Polícia vem destruindo pontes construídas por madeireiros na reserva indígena desde 2020 (Divulgação/Polícia Federal)
'Enxuga gelo'
A repressão ao crime ambiental tem sido frequente na reserva, ao passo que as ações criminosas também vêm se repetindo. Outras duas pontes construídas por invasores no mesmo local foram destruídas em 2020 e em 2022 e foram reconstruídas depois. Segundo a polícia, os criminosos "demonstram capacidade financeira e articulação para manutenção das atividades".
"Atividades da PF na região, em especial nas cidades próximas ao Parque Aripuanã e Reserva Roosevelt (Espigão do Oeste, Pimenta Bueno e Vilhena), permitiram identificar a rápida reconstrução da estrutura após os trabalhos em 2022. Houve realização de diversas diligências, inclusive monitoramento de áreas por meio de satélite", destacou a PF, em nota.
A operação realizada no Parque Indígena Aripuanã foi autorizada pela Justiça Federal e, recentemente, a Delegacia de Polícia Federal, em Vilhena, a 706 quilômetros de Porto Velho, deflagrou pelo menos outras três operações de combate aos crimes ambientais na região, buscando "fazer cessar atividades criminosas que vêm colocando em risco florestas protegidas, áreas indígenas e as comunidades que lá habitam", afirma a PF.
Parque
O Parque Indígena Aripuanã tem mais de 1,6 milhão de hectares e se estende pelos municípios de Vilhena (RO) e Juína (MT). Nessa área, habitam, segundo as contas do Instituto Socioambiental (ISA), com dados reunidos em 2010, cerca de 400 indígenas Cinta Larga, Paiter Suruí e Zoró, além de comunidades isoladas, os chamados Indígenas Isolados do Rio Tenente Marques.
Diferente dos números populacionais registrados há mais de uma década, cerca de 2 mil indígenas foram beneficiados com uma decisão histórica depois de 34 anos de luta: o reconhecimento do território, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em sentença proferida pela ministra Rosa Weber, em dezembro de 2021, que resultou na homologação da Terra Indígena.
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PIB:Rondônia
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- TI Aripuanã
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