Rio apresenta sinais de vazante e indígenas que estavam em abrigos em Santa Rosa do Purus (AC) voltam para aldeias

G1 AC - g1.globo.com/ac - 23/02/2021
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Rio Purus apresenta sinais de vazante e está com o nível de 9,22 metros nesta terça-feira (23). Nível continua acima da cota de transbordo, que é de 9 metros.

O Rio Purus segue em lenta vazante na cidade de Santa Rosa do Purus, no interior do Acre. Mesmo assim, até a tarde desta terça-feira (23), o nível era de 9,22 metros, ou seja, 22 centímetros acima da cota de transbordo (9 metros).

A enchente chegou a desabrigar mais de 300 indígenas do município. O sargento Carlos Queiroz, que está coordenando as operações de enchente no município, explicou que, na verdade, os indígenas saíram dos abrigos por conta própria quando o rio começou a baixar.

"Deu uma leve descida, se continuar assim, a tendência é que o rio pegue força para vazar. Os indígenas saíram quando o rio chegou a 6,78 metros e saiu da cota de alerta (8 metros). Eles saíram do abrigo e foram embora por conta própria. Agora o rio voltou para a cota de transbordo mas, segue em vazante. No momento, só um indígena que pediu para ser removido. Mas, estamos prontos esperando, caso o rio volte a encher."

Os indígenas que estavam nos abrigos eram das etnias Kulina, Jaminawá e Kaxinawá de três aldeias.Ainda de acordo com Queiroz, as aldeias estão alagadas, mas a água não está dentro das casas e apenas a Aldeia Estirão está em situação pior, mas os indígenas seguem nas suas casas.

Para atender a demanda, foram montados cinco abrigos no município, sendo quatro escolas e uma academia. Três dessas escolas estão ocupadas com os indígenas.

Calamidade pública

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) reconheceu, nessa segunda (22), em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), estado de calamidade pública em 10 cidades do Acre atingidas por inundações causadas pela cheia dos rios no estado.

Os municípios de Rio Branco, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves enfrentam dificuldades com parte da população desabrigada (encaminhada para abrigos) e desalojada (levada para casa de parentes).

O governador do Acre, Gladson Cameli, havia decretado calamidade em uma edição extra do Diário Oficial do estado (DOE) também nesta segunda. Pelo menos em oito dessas cidades atingidas os rios estão com vazante (diminuição no nível das águas) e com estabilidade. Mesmo assim, a cheia é considerada histórica e atinge cerca de 118 mil moradores do estado acreano.

Medidas

Dentre as medidas autorizadas, é possível acelerar as ações federais de resposta a desastres públicos, notórios e de alta intensidade. O documento diz ainda que com isso, o governo do Acre pode ter acesso a recursos federais com medidas de socorro e assistência para a população local e também para o restabelecimento de serviços essenciais em áreas afetadas.

O estado pode, ainda, com a calamidade reconhecida, ter segurança jurídica para que o governo federal antecipe pagamentos de aposentadorias e benefícios assistenciais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Bolsa Família.

O decreto de calamidade pública do governo do Acre tem validade por 90 dias. Nesse período, de acordo com o documento, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos estaduais para atuarem nas ações de resposta ao desastre. Essas ações vão ser coordenadas pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec).
PIB:Acre

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