Habilidades de proteção e monitoramento territorial foram fortalecidas entre 401 lideranças originárias que vivem em 17 milhões de hectares de terras indígenas da Amazônia. As táticas fazem parte do curso oferecido pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) em colaboração com organizações indígenas, seus resultados foram descritos no novo boletim PROTEJA, que divulga resultados de ações e pesquisas em prol da preservação de áreas protegidas.
Terras indígenas alcançadas pelo curso de monitoramento territorial
A TI Nawa não está representada no mapa, porque está em processo de demarcação, os limites desse território não foram divulgados publicamente até a publicação desta reportagem.
No curso, as lideranças entram em contato com novas tecnologias de vigilância territorial, como o SOMAI-ACI (Sistema de Monitoramento da Amazônia Indígena - aplicativo Alerta Clima Indígena), integrando seus conhecimentos milenares com pesquisas científicas. Instrutor do curso e pesquisador do IPAM Ray Pinheiro explica como a formação acontece.
"Os cursos são pensados para fortalecer e valorizar o que já é feito tradicionalmente, unindo as tecnologias indígenas com geotecnologias não-indígenas. O SOMAI-ACI ajuda a sistematizar e manter a memória do que está sendo observado nos territórios, tanto no caso de denúncias quanto para potencialidades culturais, socioambientais e econômicas."
João Reis, indígena pertencente ao povo Guajajara, participou do curso em fevereiro deste ano. Ao aprender a usar as ferramentas de geolocalização, ficou surpreso ao descobrir que havia cinco CARs (Cadastro Ambiental Rural) sobrepostos à terra indígena Caru, onde vive e atua como brigadista.
Organizações fortalecidas
Além de minimizar as ameaças como o fogo e a invasão de terras, Vanessa Apurinã, gerente de Monitoramento Territorial Indígena da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia), destaca que a iniciativa é uma forma de potencializar o trabalho das organizações indígenas.
"O curso promove a valorização do conhecimento tradicional, integrando-o com técnicas modernas de monitoramento, o que fortalece nossa luta pela preservação do território e dos direitos indígenas. Essa formação é uma ferramenta poderosa para empoderar as comunidades e garantir a proteção do nosso patrimônio cultural e ambiental."
Boletim PROTEJA
O Boletim PROTEJA é uma publicação online dedicada a divulgar resultados de ações eficazes na preservação de áreas protegidas. Qualquer pessoa ou organização interessada pode contribuir com o boletim, enviando um e-mail para coord_executiva@proteja.org.br.
A publicação é uma ação do PROTEJA, em colaboração com o IPAM, a WSC (Wildlife Conservation Society), em parceria com a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), a NORAD (Agência Norueguesa de Desenvolvimento) e a Fundação Charles Stewart Mott.
Esta ação é realizada no âmbito do projeto Conservando Juntos, cujo objetivo é fortalecer as capacidades dos atores da sociedade civil para liderar os esforços de conservação da biodiversidade e prevenção de crimes ambientais na Amazônia.
Essa matéria é possível graças ao generoso apoio dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), por meio do projeto Conservando Juntos. O conteúdo é de responsabilidade da Wildlife Conservation Society e não reflete necessariamente as opiniões da USAID ou do governo dos Estados Unidos.
Jornalista do IPAM*
https://ipam.org.br/tecnicas-de-protecao-territorial-chegam-a-36-terras-indigenas-na-amazonia/
::: Terras Indígenas
Áreas Protegidas Relacionadas
- TI Caru
- TI Nawa
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