As ações são frutos da parceria com a Nexa para o incentivo à agricultura regional
Diversificar a produção consorciada aliando novas tecnologias ao conhecimento ancestral indígena. Foi com essa metodologia adotada pela Associação Indígena Pasapkareej, que o povo da etnia Cinta Larga conseguiu uma produção expressiva de 14 sacas de amendoim e duas toneladas de inhame, este ano, na região de Aripuanã, no Mato Grosso.
Os indígenas tiveram o apoio da equipe do Programa de Etnodesenvolvimento, desenvolvido pelo Programa de Básico Ambiental do Componente Indígena ( PBACI), para implantar as Roças Comunitárias Coletivas e as Roças de Quintal. As roças comunitárias coletivas são um importante instrumento de segurança alimentar, contribuem para a geração de renda e trazem de volta importantes elementos culturais nos momentos de plantio e colheita com o encontro das lideranças mais antigas, detentoras das histórias e cultura do povo Cinta Larga.
"Os indígenas conhecem profundamente a terra e sabem o que nela pode frutificar. Então, preparamos as roças coletivas para receber as sementes, cercamos as áreas para evitar ataques de bichos e todos os insumos agrícolas são orgânicos, não usamos nada de agrotóxicos. Por isso, todos estão comemorando o resultado da produção deste ano, além de garantir a segurança alimentar para os indígenas", explicou Lauriano Umbelino Martins, consultor em Gestão Ambiental das Associações Indígenas da região.
Atualmente, os Cinta Larga ocupam uma área de 753 mil hectares e para atender os desafios da logística de produção desses alimentos, o território foi estruturado em dois grupos. O de Roças Comunitárias Coletivas, é subdividido em dois núcleos estratégicos denominados de Taquaral e Paralelo 10, atendendo aproximadamente 63 famílias. Já o
O núcleo Roças de Quintal atende as aldeias mais distantes e beneficia mais de 37 famílias. A decisão de voltarem às práticas tradicionais de cultivo foi tomada durante as chamadas "rodas de conversa", espaços valiosos para o diálogo e a troca de saberes na comunidade.
"As Roças Tradicionais Regenerativas (Coletiva e Quintal) têm como prática o manejo de rotações de culturas como mandioca, milho, feijão, abóbora, melancia, pepino, arroz, amendoim, dessa forma podemos diversificar no solo o tipo de raízes e culturas, e consequentemente tendo o benefício de adubação verde e sempre preservando a microbiologia que é tão importante para o solo quanto para as plantas. Outro ponto importante nesse manejo é que no ambiente que é cultivado, todos os defensivos usados são biológicos e não apresentam risco à saúde humana nem comprometem o meio ambiente", explica Júlio Lucas Assis, Engenheiro Agrônomo da Associação Indígena Pasapkareej.
Segundo Amadeu Cinta Larga, presidente da Associação Indígena Passapkareej, a parceria com a Nexa está contribuindo para o desenvolvimento da comunidade. "Essa parceria nos apoia a desenvolver as vocações e independência da comunidade Cinta Larga de Aripuanã respeitando nossos costumes e tradições. Também temos o apoio importante do PBACI.", afirmou.
O próximo passo do programa é expandir o plantio com as culturas de médio prazo como de cacau, café e banana, além de ampliar a plantação de mandioca para comercialização, mas a maior parte da produção será para o consumo diário dos indígenas, que utilizam esses produtos para a fabricação de bebidas tradicionais como a chixa. Dessa forma a comunidade gera renda.
"Nosso objetivo é contribuir para a melhoria na produtividade, utilizando novas técnicas e tecnologias que até então os indígenas não conheciam. A sinergia do conhecimento dos indígenas com as novas tecnologias fizeram a diferença na produção recorde deste ano. O excedente já servirá como geração de renda para eles seguirem com novos produtos consorciados de forma sustentável", afirmou Sérgio Oliveira, coordenador de Gestão Social da Nexa.
https://www.topnews.com.br/noticia/66403/associacao-indigena-pasapkareej-comemora-producao-de-alimento-em-rocas-comunitarias-em-aripuana
PIB:Rondônia
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