Operação Charrua prende índios na reserva de Ligeiro (RS)

MPF - Procuradoria Geral da República - 29/08/2006
Uma operação, das maiores já realizadas no Rio Grande do Sul, reunindo
Ministério Público Federal, Polícia Federal e Brigada Militar resultou
na prisão de vários índios na madrugada e manhã desta quinta-feira, 8
de junho, na reserva indígena de Ligeiro, município de Charrua (RS). O
pedido de prisão temporária contra aproximadamente 20 índios foi
solicitado à Justiça Federal pelo procurador da República no município
de Erechim Mário Sérgio Ghannagé Barbosa por prática de atos de
formação de quadrilha, porte de armas e lesões corporais. Entre os
índios com mandado de prisão estão o cacique da tribo Valdecir da
Silva e o lider do grupo dissidente, Valdir Palhano.

A operação Charrua, que iniciou às 4h da madrugada, mobilizou 650
homens e é considerada uma das maiores já realizadas no Rio Grande do
Sul. Toda a operação foi conduzida em sigilo. Na noite de quarta-feira
houve a primeira reunião das forças responsáveis. Às 4h da madrugada
ocorreu uma reunião na delegacia da Polícia Federal, em Passo Fundo.
Quinze minutos após, todos já estavam no Regimento da Brigada Militar.
Às 5h, um grupo de aproximadamente 95 carros dividiu-se. Parte foi
para o município de Tapejara e o restante para a reserva indígena de
Ligeiro, onde começaram a ser efetuadas as prisões.

De acordo com o procurador, o conflito entre as duas facções indígenas
é antigo. Em 2004 chegou a ocorrer uma operação conjunta do MPF com a
PF, a fim de desarmar os indígenas e restabelecer a ordem, em razão de
confrontos que vinham ocorrendo. Mas, ao final da operação, nenhuma
arma foi encontrada. Há suspeitas de que os indígenas tiveram
conhecimento da realização da operação antes que ela fosse realizada,
o que lhes permitiu esconder as armas de fogo.

O procurador Mário Sérgio explica, ainda, que os índios querem que o
Ministério Público Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai)
solucionem o caso. "Entretanto, nenhuma das partes aceita fazer
qualquer concessão. Como tínhamos informações de que ambos os grupos
estavam fortemente armados, resolvemos entrar com o pedido de prisão
temporária, enquanto são feitas as provas (buscas na reserva de
Ligeiro e em residências e comércio fora da área indígena)", explica o
procurador. A operação deve prosseguir durante todo o dia de hoje. Ao
final da tarde será possível uma melhor avaliação de quantas pessoas
foram presas.

Áreas Protegidas Relacionadas

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