Estado apresenta estudo detalhado no etnozoneamento
Áreas legalizadas na ocupação indígena são protegidas por lei, mas fazer a gestão nestas terras ainda é um desafio no Brasil. Na Amazônia, o Estado do Acre sai na frente com um trabalho que se tornou constante, e que ganhou o nome de etnozoneamento.
Um estudo detalhado da terra indígena, identificando áreas de pesca, de caça, e de outras riquezas naturais que podem ser exploradas de forma sustentável. É exatamente o resultado deste trabalho que abre a porta para uma discussão mais ampla durante o "Seminário Gestão Territorial em Terras Indígenas", que inicia amanhã e encerra no dia 24. Uma programação extensa que discutirá a partir do que o Acre construiu nesta área, as perspectivas e ações futuras.
O objetivo do seminário é tratar do futuro da gestão territorial em terras indígenas, definir o conceito e marco legal na gestão destas áreas, e propor diretrizes para tal gestão. Junto a isso, será lançada a revista "Aprendendo com a natureza", e será apresentado os vídeos "Etnozoneamento da Terra Indígena Mamoadate e Manejo dos Quelônios".
"O Acre desenvolveu uma metodologia de pensar a gestão territorial de forma participativa, e essa maneira de trabalhar é algo que pode servir de exemplo", diz o secretário de Meio Ambiente (Sema) e presidente do Instituto de Meio Ambiente (Imac), Carlos Edegard de Deus. No Estado o etnozoneamento está sendo trabalhado em cinco terras indígenas, são elas: Rio Gregório, Caucho, Katutkina/Kaxinawa de Feijó, Colônia 27 e Caeté. Sendo que nestas terras estão os povos das etnias Yawanawá, Katukina, Kaxinawa, Shanenawa e Jaminawa.
Será entregue para cada representante destas cinco terras, os mapas temáticos: mapa histórico, de caçada, de recursos hídricos e ocupação humana, de pesca, de extrativismo, de ameaça e de vegetação. Discutindo a gestão territorial - A programação do seminário apresenta mesa redonda, discutindo o tema: "Futuro da Gestão Territorial em Terras Indígenas. O evento, segundo a gerente do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), Magaly Medeiros, apresentará aos representantes das terras indígenas, os resultados alcançados nas cinco terras, e a partir daí será possível definir as diretrizes para a gestão destas terras.
Magaly diz ainda que representantes da Funai e Ministério do Meio Ambiente (MMA) foram convidados a participar do seminário, para conhecerem o trabalho, e quem sabe, adotar a metodologia usada no Acre. Serão três dias de intensa discussão, apresentação de trabalho, e propostas para a gestão territorial em terras indígenas, que marca mais um avanço do Estado do Acre.
Zoneamento Econômico-Ecológico
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