O administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Paulo Afonso (a 469 km de Salvador) João Valadares foi exonerado do cargo. A decisão é do presidente do órgão, Márcio Meira, e foi tomada após receber documentos dos índios que ocupam há 9 dias a sede da Funai no município, solicitando a saída do administrador por motivos de desvio de recursos.
A portaria 1121, com data desta quarta-feira, 21, e assinada pelo presidente da Funai diz que a decisão de exonerar João Valadares foi tomada após análise dos documentos fornecidos. A decisão, porém, só deverá ser publicada na edição desta quinta feira, 22, do Diário Oficial da União.
Mesmo com a notícia de que o administrador foi exonerado, os índios afirmam que não vão deixar o prédio da Funai imediatamente, para eles é necessário que a decisão seja publicada e que um substituto seja nomeado. "Não é apenas mandar um documento exonerando o João do cargo, sem ter a publicação no Diário Oficial, pois ele pode voltar e, além disto, não aceitaremos que seja nomeado ninguém daqui ou de Recife, por isto aguardaremos a nomeação do novo administrador para desocuparmos o prédio", afirmou o cacique Flávio Dias.
Hoje à tarde, várias lideranças indigenas começaram a ser ouvidas no Ministério Público Federal (MPF), que investiga as acusações. O procurador da República Anderson Vagner informou que após os depoimentos é que será avaliado se um pedido de busca e apreensão de documentos na sede da Funai será encaminhado à justiça.
Além dos depoimentos das lideranças que estão ocupando o prédio da Funai, serão ouvidos os caciques, pajés e conselheiros que participaram de uma reunião na manhã de terça-feira para dar apoio ao ex-administrador. João Valadares também será ouvido, mas o procurador não confirmou se o depoimento ocorrerá ainda hoje à tarde.
PIB:Nordeste
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