Lideranças das comunidades indígenas guarani-caiuá estiveram na tarde desta segunda-feira, dia 26, na OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul) para denunciar que não têm apoio das autoridades da fronteira do Estado em relação à morte de indígenas e atentados na região. As morres de dois líderes indígenas aconteceram em janeiro deste ano e no dia 17 deste mês, quatro índios foram baleados.
Os conflitos são registrados em Coronel Sapucaia, onde fica a fazenda Madama, reivindicada pelos indígenas. Para o grupo que foi nesta segunda à OAB, há parcialidade das autoridades. Eles comparam a apuração das mortes e atentados às acusações de fazendeiros de furto de um trator em que cinco indígenas foram condenados a penas que atingem 27 anos de prisão.
Entre os integrantes da comissão estiveram o líder Elizeu Lopes e Marluce Lopes, viúva do líder Ortiz Lopes, assassinado em julho deste ano. Noé Lopes, um dos quatro indígenas baleados em ataque durante desocupação da fazenda no dia 17 deste mês, também esteve presente. Ele ainda tem uma bala alojada ao corpo.
A presidente em exercício da OAB, Kátia Cardoso, afirmou que a entidade vai apurar o caso para saber se houve negligência. Ela recebeu de Elizeu Lopes a cópia do boletim de ocorrência registrado no dia 17 em que foi registrado disparo de arma de fogo. De acordo com Elizeu, as vítimas não foram ouvidas pelas autoridades de Coronel Sapucaia e só no dia 23 a Polícia Federal.
A OAB vai, ainda, levantar junto à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e ao Ministério Público as providências em relação a apuração dos assassinatos dos indígenas e, junto ao Tribunal de Justiça, detalhes sobre a condenação dos indígenas acusados de furto de um trator. Inclusive, porque, embora envolva disputa de terras indígenas e devesse ser da alçada da Justiça Federal, o caso foi tratado como crime comum na Justiça estadual.
Elizeu Ortiz relatou à OAB que após acordo para desocupar a área da fazenda, o proprietário da área ofereceu um caminhão para o transporte dos índios e no caminho, pistoleiros, em uma caminhonete S-10 que acompanhava a retirada atiraram nos pneus do caminhão. A Polícia Militar chegou a divulgar que os tiros teriam ocorrido porque índios haviam feito o caminhoneiro como refém. Foram baleados Angélica Barrios, de 22 anos, Asturio Benites, de 22 anos, Gilmar Batista, de 32 anos, e Neo Lopes.
PIB:Mato Grosso do Sul
Áreas Protegidas Relacionadas
- TI Taquaperi
As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.