JORNAL DA MÍDIA - 25/12/2007
Marabá - A aposentada Maria Sirqueira de Queiroz, de 87 anos, espancada por um índio Kayapó da aldeia Gorotire, localizada no município de Cumaru do Norte, no Pará, não resistiu às seqüelas deixadas pela surra que levou e acabou morrendo. Ela foi vítima de espancamento no último dia 2 de novembro, quando estava sentada em uma cadeira no quintal de sua casa, localizada ao lado da Funai. Ela morava há mais de 40 anos em Redenção e tinha dois filhos, 12 netos e nove bisnetos A OAB de Redenção vai processar a Funai por negligência e pedir uma punição severa para o índio.
De acordo com um dos filhos da idosa, Adão Martins, durante o período em que sua mãe esteve internada, a direção da Funai não deu nenhum tipo de assistência à aposentada. Ele reclama que nem o índio que espancou a anciã foi apresentado à polícia e que a Funai de Redenção continua negando, dizendo que o silvícola não faz parte de sua jurisdição, mas ao Núcleo de Apoio de Tucumã.
Ainda segundo Adão, no dia da agressão o índio estaria embriagado e aproveitou que a sua mãe se encontrava sozinha em casa para invadir a residência. "Ela ainda tentou se defender dele, mas não conseguiu", diz. Adão avisa que vai mover uma ação contra a Funai e exigir uma indenização do órgão para custear as despesas que a família teve com a aposentada. Segundo ele, foram gastos mais de seis mil reais, incluído as despesas com a funerária.
O presidente da 12ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, em Redenção, Gervásio Camilo afirmou que se não houver uma punição exemplar para o assassino da aposentada, poderão acontecer outros casos. Ele frisou que o índio que atentou contra a vida da anciã está passivo de punição da mesma forma que um cidadão comum. "Ele possui título de eleitor e faz parte do convívio com a sociedade", argumentou o advogado. Ainda segundo Camilo, esta não é a primeira vez que um índio atenta contra a vida de um cidadão em Redenção. Em 2003, um mototaxista foi decapitado por um índio e o mesmo nunca chegou a ser preso.
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