Que vivemos num país de impunidade não é novidade prá ninguém, mas quando se clama por justiça nas denúncias que envolvem índios essa impunidade nos deixa ainda mais indignados, pior ainda quando as agressões partem daqueles que são pagos para nos proteger.
Queremos aqui expressar toda a nossa indignação diante dos últimos acontecimentos
ocorridos na cidade de Santa Helena de Minas, município onde se situa parte do território tradicional Maxakali e onde os Maxakali estão diariamente para fazerem suas compras e venderem seus produtos agrícolas.
Deste o ano passado que a comunidade vem denunciando freqüentes agressões a membros da comunidade promovidos pela Polícia Militar daquela cidade. No início de 2001 uma liderança Maxakali foi agredida por um policial, a denúncia desta agressão foi encaminhada ao Ministério Público que delegou ao próprio comando da Polícia Militar da Comarca de Águas Formosas apurar os fatos. O Maxakali agredido e as testemunhas foram ouvidas, mas a denúncia foi arquivada e o policial nada sofreu.
Em março deste ano numa festa da cidade, onde vários índios estavam participando, segundo os Maxakali, pelo menos três deles foram espancados por policiais militares em plena praça pública, fato denunciado pelo Conselho dos Povos Indígenas de Minas Gerais na Assembléia Legislativa de Minas Gerais por ocasião da Semana dos Povos Indígenas em abril deste ano.
Até agora os policiais permanecem impunes. A última agressão aconteceu no último dia 13/07 (sábado), quando o índio Geraldo Maxakali foi
espancado com golpes de cacetete e coronhadas de revólver por dois policiais militares. A comunidade, mesmo desacreditando que algo mais significativo possa acontecer está se articulando para denunciar mais esta violência praticada contra eles, Geraldo Maxakali se dirigiu a Governador Valadares hoje (18/07) onde se encontrará com a Polícia Federal e com o Administrador Regional da FUNAI e exigirá punições aos militares.
Enquanto nada acontece aos agressores, a impunidade continua sendo um incentivo para tais violências. O Conselho Indigenista Missionário acredita que só à partir de punições severas
aos agressores tais acontecimentos deixarão de acontecer. Que o Ministério Público apure os fatos antes que algo de mais grave ainda aconteça e que o Comando da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais não deixe que maus policiais, pagos por nós para nos proteger, continue levando medo e arbitrariedade ao nosso povo e aqui em particular aos Maxakali.
PIB:Leste
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