No último sábado, 7 de junho, um grupo de Tapuia, maior povo indígena no estado de Goiás, cuja terra se chama Carretão e fica entre os municípios de nova América e Rubiataba, apreendeu uma caminhonete da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A apreensão foi a maneira que os Tapuia encontraram para reivindicar melhorias no transporte de doentes. O veículo apreendido havia ido até a área indígena fazer reparos em um outro veículo da Funasa, usado pela comunidade.
Segundo Dorvalino, cacique do povo Tapuia, a situação vivida por eles é insuportável. O carro utilizado para transportar os índios da aldeia até a cidade, está em péssimas condições devido à falta de manutenção. Os doentes que precisam ser transportados neste veículo chegam com dores e precisam ser novamente medicados. Além disso, muitas vezes o carro fica quebrado na estrada, e os indígenas precisam arrumar outros meios de chegar à cidade ou a aldeia.
A situação agravou-se nos últimos dias. Marli do Rosário, que faz tratamento radioterápico contra um câncer, em Goiânia, ao retornar para a cidade de Nova América, em um ônibus de uma empresa local, às 22 horas, não encontrou o carro da Funasa, pois este estava quebrado na aldeia. Marli foi obrigada a dormir dentro do ônibus.
Para Diego, 19 anos, filho de Marli, a situação é muito parecida com a do índio Galdino, que foi morto em Brasília, pois sua mãe e irmã ficaram expostas ao frio, a violência, preconceito, e sobretudo, ao descaso da Funasa. Ele diz ainda, que faltam remédios e os indígenas que precisam ser encaminhados para exames, ficam meses e meses aguardando um resultado que nunca chega, sendo obrigados, na maioria das vezes, a pagar estes serviços particulares.
Diante da situação exposta, da falta de diálogo e ineficiência da Funasa em prestar um atendimento de qualidade, a comunidade exige a presença do coordenador regional da Funasa Goiânia. Eles querem denunciar a situação que vivem e reivindicar soluções para os problemas que enfrentam a tantos anos. Diante da situação, o cacique Dorvalino se expressa assim: - "chega não vamos mais ser enganados, precisamos ser respeitados, é nosso direito".
As últimas informações da tarde de hoje, 12 de junho, revelam que a situação está tensa, os indígenas avisam que não liberarão o carro sem a presença do coordenador regional da Funasa, em Goiânia.
PIB:Goiás/Maranhão/Tocantins
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