Dois tratores, um caminhão Mercedes Benz e uma motocicleta foram apreendidos pela Polícia Federal em Cáceres com apoio de fiscais da Fundação Nacional do Índio (Funai) na reserva indígena Sararé, na região de Pontes e Lacerda. Os veículos eram utilizados para a retirada ilegal de madeira dentro da reserva, conforme a Folha do Estado antecipou na edição do dia 26 de outubro.
A operação dentro da reserva foi realizada na madrugada de 29 passado e contou com a participação de três policiais federais e seis fiscais da Funai. "Nós adentramos na área durante a madrugada com o objetivo de surpreender os infratores. Porém eles fugiram assim que chegamos ao local, deixando para trás um caminhão sem placa, dois tratores e uma moto. Estes serão utilizados (como provas) no inquérito policial", relatou o chefe de serviços do meio ambiente da Funai, Benedito César Garcia Araújo. Por se encontrar em reserva indígena, qualquer tipo de árvore não pode ser retirada.
Benedito explica que operações semelhantes serão realizadas durante todo o ano, mas não se pode divulgar as datas das ações por medida de segurança. "Os infratores precisam ser surpreendidos. Se tentarmos efetuar uma operação em seguida da outra não vamos obter bons resultados, pois todas as vezes que acontece um flagrante desses, os responsáveis fogem e demoram a retornar no local".
De acordo com Benedito, a reserva indígena Sararé tem 67 mil hectares e, devido a extensão da área, a fiscalização constante no local se torna inviável. "Não temos recursos financeiros e muito menos efetivo para atuar nesta região todos os dias. Os infratores, quando percebem nossa presença, fogem, e no momento que vamos embora eles retornam. Desta maneira, não adianta fiscalizar constantemente. A única forma eficaz de combater a degradação ambiental é realizar estas operações noturnas. Nesta última, por exemplo, causamos um prejuízo de no mínimo R$ 180 mil para o madeireiro responsável. E isto com certeza vai inibir suas ações".
Benedito relata que no local em que foram encontrados os veículos foi constatada uma extensa área já degradada. "Nesta reserva se encontra mogno, cerejeira e cabreúva em grande quantidade. Esta última é comercializada como a substituta do mogno, depois que sua comercialização foi proibida. Por este motivo a fiscalização nesta área é fundamental".
As madeiras retiradas da região devem ser leiloadas e a verba revertida para o benefício socioeconômico dos índios. "Até hoje não conseguimos leiloar nenhuma madeira e elas são condenadas a ficarem em depósitos até a deterioração. Agora, lutamos para que este quadro se modifique. O procurador da Funai, César Augusto Nascimento, entrou com um pedido junto ao Ministério Público Federal para a liberação do leilão de madeiras. Estou otimista que o pedido da Funai será atendido", finalizou.
PIB:Oeste do Mato Grosso
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- TI Sararé
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