FSP, Brasil, p. A8 - 13/02/2009
PF nega pedido da Funai para assumir caso de canibalismo
Kátia Brasil
Da agência Folha, em Manaus
Delegados da Polícia Federal afirmaram ontem que não é atribuição da PF investigar o assassinato de um jovem não-índio em uma aldeia da etnia culina, em Envira (AM). A Polícia Civil diz que ao menos cinco índios são suspeitos de matar o jovem e de comer seus órgãos. Anteontem, a Funai (Fundação Nacional do Índio) solicitou a investigação à PF. O inquérito está em andamento na Polícia Civil da cidade. Com base em duas testemunhas, a polícia local trabalha com a versão de que índios culinas mataram o jovem a golpes de facão e comeram seu fígado, coração e parte da coxa. O crime aconteceu na semana passada e causou repercussão internacional. Um grupo de oito policiais foi deslocado ontem para reforçar a segurança no município. Envira fica 1.200 km a oeste de Manaus. Como a cidade é mais próxima do Acre, no caso de uma investigação, seria destacada a PF daquele Estado. Ontem, o superintendente interino da PF no Acre, delegado Alexandre Silveira de Oliveira, disse que a PF não tem atribuição para a investigação porque o crime não foi praticado pela tribo como um todo. Ele citou a morte de 29 garimpeiros por índios cintas-largas em 2004 em Rondônia para exemplificar as atribuições da PF. "O crime de Envira foi praticado contra um indivíduo. É um crime comum. Não está relacionado ao grupo indígena, à etnia. Foi um grupo de pessoas sob o poder de bebidas alcoólicas, que provavelmente tinha uma rixa com o rapaz." O chefe da delegacia de defesa institucional da PF de Manaus, delegado Pablo Souza, disse que o crime é um homicídio isolado. A Folha não conseguiu localizar um representante da Funai para informar se o órgão mantinha o pedido à PF.
Colaborou Cíntia Acayaba, da Agência Folha
FSP, 13/02/2009, Brasil, p. A8
PIB:Juruá/Jutaí/Purus
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