Vinte e seis famílias de Pataxó estão abandonadas pela Funai no povoado de
Cumuruxatiba, município do Prado, doentes e passando fome por falta de assistência, do
órgão responsável. A situação é de extrema gravidade, diante do quadro de desnutrição e
doenças que se alastra entre crianças e idosos, em conseqüência da fome. Os índios pedem
socorro aos órgãos e autoridades competentes, mas se dizem cansados com o descaso e
discriminação que vem sofrendo. O caso do grupo da aldeia Pequi já chegou até a Anistia
Internacional, que promete vir à região averiguar a situação de violação aos direitos humanos e
denunciar a situação de violência em que vive os Pataxó.
Desde que foram expulsos da aldeia Pequi, em setembro desse ano, por pistoleiros do fazendeiro Normando de Carvalho os índios estão acampados em um lote de terra no povoado
próximo ao Parque do Descobrimento. Segundo os relatos dos índios à época da expulsão, servidores da Funai estavam envolvidos na ação que nos tirou da terra, dizendo que o órgão compraria uma área para nós. Por isso os índios culpam a Funai pelo que estão vivendo e o sofrimento a que estão submetidos no acampamento. Praticamente confinados, as famílias estão sem comida e assistência à saúde, já que pela falta de alimentos, muitos começam a adoecer, principalmente idosos e crianças. O cacique da aldeia Pequi, Lídio Matari informa desesperado que "os índios estão comendo côco verde novinho com farinha, para suportar os dias que passam, enquanto esperam ajuda."
Depois que o grupo foi para o acampamento em Cumuruxatiba, a Funai nunca mais deu atenção e tratou de esquecer os índios, numa clara conivência com a grilagem de terra
indígena na região do Monte Pascoal, enquanto passa por uma sindicância depois que
servidores da administração da Funai em Eunapolis foram denunciados por desvios de verbas.
Para o Cimi - Conselho Indigenista Missionário, a Funai tem que agir imediatamente e reparar
o erro que cometeu ao enganar os índios da aldeia Pequi, deixando-os sem nenhuma
perspectiva, confinados e sem ter do que viver naquele lote de terra em Cumuruxatiba. Junto a
isso, é preciso que o governo brasileiro atenda as reivindicações dos Pataxó no Monte Pascoal, acelerando assim o processo de demarcação de sua terra tradicional, para que os índios tenham paz e garantia de um futuro digno.
PIB:Leste
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