Povo Pataxó realiza Assembléia no Monte Pascoal

Anaí-Salvador-BA - 27/05/2003
Os Pataxó e suas comunidades, reunidos em torno da FRENTE DE RESIST
ÊNCIA E LUTA PATAXÓ, realizam uma grande assembléia no Monte Pascoal
que deverá marcar a história de luta daquele povo.

O evento será realizado no interior do antigo parque do Monte Pasco
al, no município de Porto Seguro, BA, durante os dias 30, 31 de maio e 1o
. de junho, com a participação de aproximadamente 300 representantes da
s aldeias do extremo sul da Bahia. Além disso, estão convidados lideran
ças dos povos Pataxó Hã Hã Hãe, Tupinambá de Olivença e Belmo
nte; representantes do Conselho dos Povos Indígenas de Minas Gerais e da
comissão Tupinikim e Guarani do Espírito Santo. Foram convidadas tamb
ém várias entidades de apoio à causa indígena, além do órgão
federal que atende aos índios, a FUNAI.

A Assembléia da Frente acontece num momento em que a Funai inicia m
udanças estruturais na região - sai a administração de Eunápolis,
indo para Ilhéus e criam-se dois novos núcleos de atendimento, um em P
orto Seguro e outro em Itamaraju - apesar de ainda não apresentar novidad
es na sua política de assistência ao índio.

Outro tema que deve chamar a atenção dos participantes no evento
é a questão da demarcação da terra no Monte Pascoal. Este assunto
vem gerando grave tensão aos Pataxó devido a violência promovida pelo
s fazendeiros, muitas vezes com a conivência da Policia Militar local e o
missão da justiça, que não conseguem promover solução para o conf
lito. Para os índios, "se a Funai demorar em demarcar a área, a cada di
a que passa a situação tende a piorar, já que a única forma de nó
s pressionar o governo é fazer retomando nossa terra e expulsando o invas
or.", afirma Joselito Maciel, um dos Porta-vozes da Frente e coordenador do
evento.

A Frente de Resistência e Luta Pataxó é um movimento criado h
á dois anos, que se fortalece na medida em que reúne em torno de si as
comunidades. O movimento privilegia a voz dessas comunidades, na tentativa
de resolver a crise de representação do movimento indígena regional,
buscando romper com atitudes isoladas de lideranças. O isolamento de lide
ranças também será motivo de debates na Assembléia como forma de me
lhor esclarecer e aprofundar os entendimentos sobre os objetivos, o papel,
as linhas de ação e a forma como o movimento vai se organizar daqui par
a frente.

Durante os três dias, as comunidades vão avaliar a luta, intercam
biar informações, experiências e, principalmente, definir ações p
ara o movimento no contexto do novo governo, enfocando aspectos da políti
ca indigenista, do atendimento às aldeias, saúde, educação, agricul
tura e meio ambiente, além do forte clamor pela garantia e demarcação
de sua terra.

Ao final do Encontro, um Documento será encaminhado às autoridade
s envolvidas na questão indígena e amplamente divulgado para toda socie
dade.
PIB:Leste

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