Ailton Krenak, 56, assessor especial para assuntos indígenas do governo de Minas Gerais, é um dos mais conhecidos líderes indígenas do Brasil.
Em 1987, no contexto das discussões da Assembléia Constituinte, Ailton Krenak fez um gesto marcante, captado pela imprensa nacional. Em sinal de luto pelo retrocesso na tramitação dos direitos indígenas, ele pintou o rosto de preto com pasta de jenipapo enquanto discursava no plenário do Congresso Nacional. Ailton Krenak participou da elaboração do texto da Carta Magna 'Os Índios na Constituição Federal'.
Hoje, vinte e três anos depois, ele é homem de confiança do ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) e ocupa posto importante no governo mineiro e tem a missão de ser porta voz do Estado junto aos 12,5 mil índios da etnia xakriaba, krenak, maxakali, pataxós, aranã e kaxixó. O líder indígena abre nesta quarta-feira (14) às 19 horas, na OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil- seccional Mato Grosso do Sul) o ciclo de palestras que antecede o Dia do Índio.
Amanhã (15) será a vez do ativista indígena Marcos Terena, membro da Cátedra Indígena Itinerante e articulador do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena e na sexta-feira (16), a guarani ñadeva, professora Edna de Souza, filha do líder Marçal de Souza.
Paradoxo
Defensor do cumprimento da Constituição Federal que prevê a devolução das terras aos povos indígenas, Ailton Krenak abre um parêntese. Ele questiona a legalidade da iniciativa do governo federal de demonstrar o desejo de comprar as terras em Mato Grosso do Sul e de uma vez por todas por fim aos conflitos.
Segundo o líder indígena, o procedimento poderia ser questionado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) já que em estados como Roraima e Pará os agricultores tiveram que deixar as áreas e não receberam indenizações. "Foi gente que perdeu o direito da terra".
Juba Tomassini
Mas, Ailton Krenak fala do que seria o outro lado. "Se eu for pensar no hoje, em 2010, o Brasil está folgado de grana? Então que resolva com grana. O caixa está folgado? Então não tem que deixar as pessoas morrerem", finaliza frisando que em ano eleitoral dificilmente, segundo ele, a proposta do presidente Lula de comprar áreas em Mato Grosso do Sul aconteça. "Vejo como promessa insustentável, um engodo".
No domingo, o Midiamax trará a entrevista completa com Ailton Krenak.
http://www.midiamax.com/view.php?mat_id=713378
PIB:Mato Grosso do Sul
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