Terra Indígena Apucaraninha vai ter programa de sustentabilidade

Agência de Notícias do PR - http://www.aen.pr.gov.br/ - 19/04/2010
As mais de 370 famílias moradoras da Terra Indígena Apucaraninha, no Norte do Paraná, passarão a conhecer melhor a área que habitam e o potencial oferecido pelo conhecimento e a cultura acumulados através de gerações.

O diagnóstico sócio-econômico e cultural da população e o estudo ambiental da terra indígena, localizada no município de Tamarana, a 50 quilômetros de Londrina, é parte do acordo firmado em 2006 entre a Copel e a comunidade caingangue a título de indenização pelos passivos causados com a construção da usina hidrelétrica Apucaraninha, inaugurada em 1949.

No domingo (18), durante as comemorações pelo Dia do Índio, um protocolo de intenções para a realização do estudo foi assinado por representantes da Copel e da comunidade, juntamente com professores e técnicos das Universidades Estaduais de Londrina e Maringá, que ficarão responsáveis pela execução dos trabalhos.

PRAZO - O levantamento levará um ano para ser concluído e será realizado por uma equipe multidisciplinar formada por antropólogos, biólogos, geógrafo, agrônomo, geólogo, economista, administrador de empresas, nutricionista, zootecnista e advogado, além de uma equipe de apoio formada por acadêmicos e membros da comunidade indígena. Dele, resultará a proposta de um programa que deverá garantir a sustentabilidade socioeconômica e cultural das famílias e também a sustentabilidade ambiental da Terra Indígena Apucaraninha, no médio e longo prazo, promovendo a melhoria da qualidade de vida a partir da perspectiva e dos valores caingangues.

No ato de assinatura, o cacique Juscelino Vergílio destacou a importância do acordo com a Copel para sua comunidade e a geração de trabalho para as famílias, que já estão iniciando a colheita da segunda safra de grãos. A diretora de Meio Ambiente e Cidadania Empresarial da Copel, Marlene Zannin, ressaltou que a colaboração de profissionais do meio acadêmico será de extrema importância para dar continuidade aos trabalhos que vêm sendo realizados com a comunidade. "Ao unirmos todo o conhecimento da comunidade indígena ao conhecimento técnico-científico das universidades, vamos garantir o desenvolvimento sustentável a todas as famílias", declarou.

Também assinaram o protocolo a antropóloga Marlene de Oliveira, indicada pela comunidade indígena para coordenar os estudos, e os professores Lucio Tadeu Mota (da UEM) e José Marcelo Domingues Torezan (da UEL). A celebração do protocolo de intenções foi acompanhada pelo procurador da República em Londrina, João Akira Omoto, pela antropóloga do Ministério Público Federal de Londrina, Luciana Ramos e pela representante da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal, Maria do Carmo Ferreira da Silva.

REPASSE - Firmado no final de 2006, o Termo de Ajustamento de Conduta entre a Copel e a comunidade do Apucaraninha já permitiu um repasse superior a R$ 7 milhões para a constituição de um fundo, montante que vem sendo aplicado em projetos definidos e gerenciados pelas próprias famílias. De acordo com o coordenador do projeto agrícola, Ataíde Marcolino, no primeiro ano a comunidade optou pelo plantio da soja. Agora, a monocultura está dando lugar à agricultura orgânica e à diversificação, incluindo mandioca, milho, feijão e vassoura. "Este ano decidimos comprar maquinário e implementos, o que está facilitando muito o trabalho", conta. Com a verba indenizatória, já foram adquiridos tratores, pulverizador, carreta tanque, distribuidor de fertilizante orgânico, plantadora adubadora e batedor de cereais, entre outros equipamentos e insumos.

Segundo Ataíde Marcolino, o plantio é feito sem agrotóxicos e o principal objetivo é garantir a alimentação das famílias, antes de dirigir a produção para a venda. A lavoura gera trabalho para quase 120 pessoas e outras 16 trabalham no viveiro, onde estão sendo cultivadas 20 mil mudas de café, além de pés de poncã, mexerica e manga, com a orientação de um agrônomo contratado pela própria comunidade indígena. O projeto do café recebeu apoio técnico do Iapar, que também forneceu as sementes.

http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=55816&tit=Terra-Indigena-Apucaraninha-vai-ter-programa-de-sustentabilidade&ordem=130000
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