O secretário estadual de Meio Ambiente, coronel Alexander Maia, dará entrevista coletiva daqui à pouco às 15h, na sede do órgão para falar acerca do envolvimento de alguns servidores detectados pela Operação Jurupari, deflagrada na manhã de hoje (21) pela Polícia Federal em sete estados. Essa operação, segundo o delegado da PF responsável por crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Público, Franco Perazzoni, a Jurupari é diferente das demais operações sobre fraudes com vistas ao desmatamento ilegal. Isso porque a PF "aprendeu com os erros" das anteriores como a Mapinguari, Kayabi e Mamangava, onde eram pedidas as prisões temporárias para depois de mais investigações, pedir a preventiva dos envolvidos. Dessa vez, só foram expedidos mandados preventivos porque já se tem provas acerca da participação ambiental de cada um.
Conforme informações do superintendente da PF, Valmir Lemos, esta operação foi embasada em critérios técnicos. Por isso tiveram avanço no número de prisões. Até a manhã de hoje já tinham sido presas 60 pessoas entre madeireiros, servidores, proprietários rurais e engenheiros florestais. Perazzoni informou que nas investigações foram verificadas irregularidades de desmate, principalmente em áreas próximas de Terras Indígenas. "No sistema que dava crédito para o desmate dentro da Sema verifica mos que os engenheiros florestais fraudavam o plano de manejo dizendo que o proprietário tinha este ou aquele tipo de madeira em sua propriedade, quando na verdade, haviam sido declaradas espécies que nem existiam no bioma onde estavam", esclareceu.
Chamou a atenção da PF também o fato de diversas áreas estarem localizadas a 60 km de Terras Indígenas. Assim, verificou-se que esses empreendimentos fomentavam o desmatamento em áreas públicas, ainda que só negociassem com quem extrai essa madeira em áreas públicas. As Tis que mais sofreram danos com o esquema foram as do Parque Nacional do Xingu, Kayabi (Aripuanã), terra dos Cinta-Larga em Apiacás, Juína e Colniza, o Parque Nacional do Juruena e na TI do batelão. Havia, conforme a PF, inclusive um desmate autorizado numa área indígena.
A ação consistia no seguinte ato: um dono de empreendimento contratava um engenheiro-florestal quw fazia um inventário fraudulento da área, até com espécies inexistentes na região. Tudo era levado à Sema para a obtenção de créditos de desmate que, com o plano de manejo aprovado conseguiam triplicar o crédito para desmatar sendo que não era a real capacidade da área.
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Amazônia:Madeira-Exploração
Áreas Protegidas Relacionadas
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