A etnia caiapó da Aldeia Baú, localizada no município de Altamira, próximo da divisa com Novo Progresso, está revoltada pelo abandono em que se encontram as estradas que dão acesso à aldeia e seu povo.
A comunidade indígena espera ansiosamente por longos anos, os benefícios prometidos pelo Governo Federal que nunca chegam. Por vezes os indígenas se mobilizaram para bloquear o transito na Rodovia BR 163, (Cuiabá Santarém), entre Novo Progresso e Castelo de Sonhos, para protestar contra a morosidade do Governo Federal.
No mês de janeiro quando o Diretor do Departamento Nacional de Infra-Estrutura e de Transportes (DNIT), Antonio Pagot, esteve na cidade de Novo Progresso vistoriando as obras da BR 163, se reuniu com os nativos na sede do Instituto Kabu e prometeu solucionar brevemente o problema da estrada. Na ocasião os Caiapós estavam anunciando a barricada, pois, passavam por um forte surto de malária, que infectou dezenas de pessoas, deixando todos apreensivos e revoltosos. A situação era mais grave, mas, ainda existem muitos casos de malária e tuberculose, entre outras doenças que assolam as aldeias dos caiapós.
Um dos piores problemas está na falta de estradas, o trecho de mais de 100 km que separa a Aldeia Baú da cidade de Novo Progresso é um verdadeiro descaso com o povo caiapó e com os demais proprietários que vivem ao longo da estrada vicinal Paraná.
Nossa equipe de reportagem foi até a aldeia Baú, que fica a margem direita do Rio Curuá, poucos metros abaixo da barra do Rio Baú, para conferir, constatamos que a situação é desoladora. O único meio de transporte que eles possuem é uma caminhoneta, estava a semanas, quebrada à beira da estrada, devido às péssimas condições de trafego em que se encontra a única via de acesso.
O isolamento deixa os nativos desesperados, é grande a preocupação de caciques, pajés, lideres e da enfermeira que chega fazer até quinze atendimentos emergências todos os dias, em uma só aldeia, onde vivem 210 Caiapós. Outra dificuldade é a falta de energia elétrica na comunidade, o que dificulta e limita os trabalhos de atendimentos à saúde dos pacientes que chegam a toda hora do dia e da noite, sem equipamentos adequados a enfermeira, lamenta, mas, muitos ficam sem atendimentos, e, o que é pior, sem transporte.
Segundo a enfermeira que trabalha no posto de saúde dentro da Aldeia, é desesperador quando ela constata a necessidade de encaminhar algum indígena doente para tratamento emergencial na cidade de Novo Progresso, que é a mais próxima do local, pois a situação da estrada é absolutamente precária. Em alguns pontos, atoleiros intermináveis, em outros locais a estrada praticamente fechou, transformando-se numa pequena trilha no meio da floresta.
Durante nossa "expedição" até a Aldeia Baú, por diversas vezes fomos barrados por imensas árvores caídas no meio da estrada, impedindo a passagem. Na volta o tempo chuvoso quase impediu nosso retorno, pois a pequena trilha, em alguns pontos, estava alagada e com enormes valetas, especialmente, próximo às pontes sobre os igarapés.
Aliás, muitas pontes também encontram-se em estado precário, exigindo coragem para passar. Trouxemos junto com a bagagem, as reivindicações de um povo indígena, tão defendido por centenas de Ong's e pelo próprio governo, mas no caso dos caiapós dessa região, tanto o governo federal como as Ong´s limitam-se a fazer promessas vazias e deixar aquelas pessoas relegadas ao isolamento e abandono, descumprindo totalmente o papel de proporcionar-lhes a tão proclamada inclusão social.
http://www.diadiaprogresso.com/indios-caiapos-padecem-com-a-falta-de-estradas/
PIB:Sudeste do Pará
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