SÃO PAULO - O tempo continua nublado e frio, mas a quantidade de chuva que cai desde ontem sobre a Região Metropolitana de São Paulo é insuficiente para mudar a condição de estiagem. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as represas que abastecem São Paulo só deverão aumentar substancialmente o nível de água em dezembro e janeiro, quando as zonas de convergência do Atlântico Sul (zacas) provocam chuvas mais fortes.
Garoa não é suficiente para molhar a terra na margem da Guarapiranga, represa que abastece SP - Foto de Leonardo Soares, Diário de S.Paulo Nas cidades do norte e do oeste do estado, o tempo está ainda mais seco, com calor de 28 graus, e as queimadas prosseguem, com 299 focos em curso.
Em Braúna, no oeste paulista (495 km de São Paulo), índios da tribo Kaingang Terena estão até fazendo a dança da chuva. A seca atrasa o plantio de batata doce e arroz e a temperatura média foi superior a 30 graus na região. A última chuva na região foi há dois meses. A seca beneficia colheita de cana no norte do estado, mas prejudica as culturas de feijão e milho.
- Quanto mais seca está a região, mais difícil é chover. O ar precisa estar úmido para que a chegada de frentes frias possam causar chuva significativa - explica o meteorologista do Inpe Fernando Pesqueiro.
De acordo com o Inpe, a chuva mais forte desta segunda-feira não passou de 5mm, na região de Ourinhos, a 371 km de São Paulo.
Na capital, o aumento da umidade melhorou a qualidade do ar. A chuva, porém, foi pouca. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), na média, choveu 0,8 mm na cidade, o que significa menos de um litro de água por metro quadrado. No bairro de Pinheiros, na zona oeste, foi o lugar onde choveu mais forte: 3,8 mm.
Dados da Sabesp mostram que a represa de Guarapiranga está com menos da metade de sua capacidade - 42,3% - e choveu apenas 0,4 mm este mês sobre ela, quase nada perto da média histórica, de 79,5 mm. Na Cantareira, a água ocupa apenas 36,2% do reservatório e o nível de chuva até agora é um terço do normal.
A última chuva mais forte registrada na capital foi em 25 de julho e no dia 3 de setembro houve queda de granizo em Barueri. Os demais dias foram de estiagem. O mês de agosto deste ano foi o mais seco dos últimos 64 anos.
A Sabesp começa a se preocupar, pois o consumo de água aumentou com o calor das últimas semanas. No domingo, a cidade teve a maior temperatura do ano, com 34,3 graus no Mirante de Santana. Como os dias são quentes, o consumo está similar aos meses de verão.
Mesmo com a chegada da primavera, uma estação com mais chuvas, a previsão dos meteorologistas é que a estiagem se prolongue até o fim de outubro e a temperatura fique mais elevada que em anos anteriores.
No interior de São Paulo, a estiagem já provoca racionamento em diversas cidades.
Na manhã desta terça, por conta do vento forte a sensação térmica chegou a 6 graus. A temperatura máxima não deve passar de 16 graus. Os chuviscos atingem também o litoral e os vales do Paraíba e Ribeira.
O sol deve reaparecer na capital paulista nesta quarta, mas o dia amanhece frio, por volta de 10 graus. A máxima prevista é de 22 graus.
http://oglobo.globo.com/sp/mat/2007/09/25/297870022.asp
PIB:Sul
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