Um grupo de 25 índios da etnia Pataxó participou na última semana, de 19 a 22 de agosto, de curso de educação ambiental para formação de agentes ambientais multiplicadores no Parque Nacional do Monte Pascoal, localizado no Extremo Sul da Bahia. O curso, promovido pelo Ibama em parceria com a Associação Pataxó de Ecoturismo, partiu de problemas ambientais do dia-a-dia das aldeias para levar aos índios conhecimentos sobre educação ambiental, água, solo, mata, lixo, cidadania e legislação ambiental.
Todos os instrutores eram também membros da Reserva Indígena da Jaqueira. "Optamos pelos índios como professores porque eles falam de parente para parente, o que facilita a compreensão dos temas. Percebemos também que a discussão entre eles gera uma comunicação melhor e aumenta o comprometimento do grupo com a gestão ambiental. Outra vantagem é estimular a auto-organização das aldeias para que eles mesmo possam gerenciar o processo de proteção ambiental com o qual se comprometeram", explica Milene Maia, chefe do Parque Nacional do Monte Pascoal.
No final do curso, os novos agentes ambientais multiplicadores elaboraram um plano de ação que irá auxiliar na gestão compartilhada da unidade de conservação. O grupo já realizou o levantamento do perfil econômico e ambiental de todas as famílias das aldeias que participam da gestão compartilhada do Parque Nacional e o acompanhamento das roças, onde são observadas as atuais demandas e os problemas existentes.
Esta não é a primeira vez que o Parque Nacional do Monte Pascoal promove eventos de educação ambiental com a comunidade indígena. Nos últimos dois anos, o Ibama formou 29 agentes ambientais voluntários, que foram capacitados para o trabalho de fiscalização, e duas equipes de brigada de incêndio, com 20 membros cada, que atua no combate e na prevenção a incêndios florestais.
Desde 2001, o Parque Nacional do Monte Pascoal é administrado em conjunto pelo Ibama e pelos Pataxós. A gestão compartilhada, criada através de acordo de cooperação técnica entre o Ministério do Meio Ambiente / Ibama e o Ministério da Justiça / Funai, prevê o repasse de US$ 533 mil dólares a projetos que busquem a sustentabilidade econômica das aldeias do entorno. Os principais objetivos são a busca de alternativas econômicas para a população indígena, a recuperação de áreas degradas, além do incentivo ao ecoturismo e ao artesanato sustentável.
Cerca de 5 mil pessoas vivem hoje nas 10 aldeias indígenas que participam da gestão compartilhada da unidade de conservação.
Fonte para mais informações:
Milene Maia - chefe do Parque Nacional do Monte Pascoal
(73) 294-1110
Foto:
Legenda: 25 índios pataxós tornam-se agentes ambientais no Parque Nacional de Monte Pascoal.
Crédito: Milene Maia /divulgação
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