Sumiço desespera índios

Zero Hora-Porto Alegre-RS - 19/09/2003
Família busca garoto desaparecido


A família do menino caingangue Júnior Reis Loureiro, 10 anos, está desesperada com o sumiço do menino, ocorrido domingo, em Passo Fundo.

As mãos trêmulas da mãe, Catarina Reis, mal conseguem trançar a palha para fazer novos cestos. A hipótese de que Júnior tenha retornado a uma reserva indígena é tratada pela polícia como a esperança de que o menino não seja mais uma vítima da violência registrada na região. Desde o começo do ano, sete outras crianças foram mortas no norte do Estado.

Desde que Júnior saiu de casa para vender cestos em frente a uma churrascaria, na tarde de domingo, a rotina da família mudou. Catarina e o marido deixaram o artesanato com que arrecadam os R$ 150 mensais para sustentar o garoto e seus irmãos (de 13, oito e um ano de idade) e passam o dia vasculhando matagais próximos à casa. Catarina mistura lágrimas e trechos de preces evangélicas, enquanto refaz os caminhos de costume do menino.

Júnior nunca viajou sozinho. Avisada que o menino teria manifestado vontade de ir embora da cidade para amigos, a polícia fez contatos com as reservas indígenas de Charrua, Ventarra Alta, Votouro e Nonoai, sem sucesso. Júnior vestia moleton cinza, calça bege e calçava tênis vermelho com cadarços pretos. Ele tem um início de catarata num dos olhos.

Delegados de Passo Fundo, de Soledade e o regional de Polícia se reuniram ontem para discutir o caso. Foi anunciado o envio de seis policiais para reforçar as investigações em Passo Fundo, onde outra morte de criança permanece sem solução.
PIB:Sul

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