Polícia tem suspeito da morte de menino índio

Audiência pública discute crimes


A polícia deve divulgar hoje um retrato-falado do principal suspeito de ter assassinado o menino caingangue Júnior Reis Loureiro, 10 anos.

Ontem, moradores de Passo Fundo cobraram dos órgãos de segurança uma solução para a morte de Júnior e de outros sete garotos na região norte do Estado, em uma audiência pública com a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa. O corpo do menino índio foi encontrado segunda-feira num matagal em Passo Fundo.

A polícia procura um homem com cerca de 35 anos que teria sido visto com Júnior poucas horas antes de ele ser morto. A existência do suspeito foi revelada ontem na 3ª DP de Passo Fundo, onde 11 pessoas foram ouvidas.

Pela manhã, o cacique Imacir Caetano, da Reserva Indígena de Ventarra Alta, pediu a prisão do assassino na audiência pública com os deputados estaduais. No encontro, os delegados de Erechim, Passo Fundo, Soledade, Espumoso e Lagoa Vermelha relataram o andamento das investigações. Houve tumulto e protestos.

As famílias de sete adolescentes apreendidos pelo assassinato do menino Volnei Siqueira dos Santos, 12 anos, encontrado morto em 14 de julho, alegam que eles teriam sido torturados. Uma substância coletada no corpo da vítima não combina com o DNA dos adolescentes. O delegado Paulo Videla Ruschel pediu à Justiça a coleta de sangue de um oitavo suspeito. Segundo a polícia, os adolescentes confessaram o crime.

Um relatório da audiência foi encaminhado à Casa Civil pedindo a formação de uma força tarefa para investigar os crimes. Hoje deve haver uma reunião extraordinária do Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública, em Porto Alegre, para analisar as investigações.

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