Oficina acontece nesta semana, no município de São Paulo de Olivença, onde vivem índios tikuna, cocamab, cambeba e caixana
A quarta oficina do Projeto de Manejo Pesqueiro das Terras Indígenas Eware 1 e Eware 2 será realizada esta semana em São Paulo de Olivença (a 988 quilômetros de Manaus), interior do Amazonas.
A atividade começa nesta quarta-feira (23) e vai até domingo (27), no auditório da Igreja dos Capuchinhos, com a participação de aproximadamente 150 lideranças dos povos Tikuna, Cocama, Cambeba e Caixana.
Em todo o Amazonas existem hoje duas terras indígenas com manejo de lago licenciadas pelo Ibama: Acapuri de Cima e Espírito Santo, ambas em Jutaí (a 750 quilômetros de Manaus). O trabalho é feito desde 2005 na localidade.
Criado pela Associação dos Caciques Indígenas de São Paulo de Olivença (Acispo), o projeto já está na segunda fase e tem o valor total de R$ 608 mil, financiados pelo Banco Mundial (Bird), por meio do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas (Proderam).
"Após fazermos o diagnóstico da situação, na primeira fase, chegamos à etapa de discussões para o plano e em três anos, no máximo, esperamos iniciar a fase de comercialização de peixes como tambaqui e pirarucu", explica o técnico da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), Rafael Costódio.
As oficinas no Alto Solimões começaram em 2009 e beneficiam 75 comunidades indígenas na capacitação do plano de manejo em mais de 40 aldeias, entre elas Campo Alegre, Santa Inês, Nova União, Vera Cruz e Bom Jesus.
A Seind é parceira da Acispo na execução do projeto, ao lado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O Proderam foi criado em 2008 pelo Governo do Estado, em parceria com o Bird, com o objetivo de promover a integração social e a geração de atividades econômicas no Alto Solimões, uma das regiões mais carentes e isoladas do Estado.
Durante o evento desta semana vão ser realizadas também a escolha do Conselho Indígena de Pesca e a criação de regras de manejo de lago nas Terras Indígenas em questão.
Pesca excessiva
O maior problema enfrentado pela população tikuna das Terras Indígenas Eware 1 e 2 é a pesca excessiva, que resultou na diminuição da variedade, da quantidade e do tamanho dos peixes pescados na localidade.
Segundo avaliação da Seind, tais dificuldades tiveram início após a demarcação e homologação dessas Terras Indígenas, o aumento da população tikuna e o crescimento desenfreado das pequenas aldeias, transformadas em verdadeiras cidades (sem infraestrutura, sem serviços básicos e com capacidade limitada de prover alimento e renda para seus moradores).
Atritos
Com a demarcação de várias terras indígenas no Alto Solimões, o número de "lagos abertos" para a pesca comercial diminuiu, aumentando os atritos entre pescadores comerciais e pescadores de subsistência.
Com base no diagnóstico, em fase de conclusão do projeto, a sugestão é tentar fazer o manejo comunitário de recursos pesqueiros, que começam com a discussão sobre as mudanças na pesca e nas florestas de várzea, no sentido de definir regras, acesso e fiscalização.
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Amazonia-Amazonas-Manaus-Indigenas-Amazonas-realizam-combater-reducao_0_448155425.html
PIB:Solimões
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